F1: Toyota pode influenciar dupla de pilotos da Haas a partir de 2027

Ayao Komatsu admite abertura para nomes ligados à Toyota, mas afasta qualquer ideia de “vaga comprada” na Fórmula 1

A parceria entre a Haas F1 Team e a Toyota Gazoo Racing começa a avançar para um terreno inevitável dentro da Fórmula 1: a formação e eventual escolha de pilotos. Após firmar um acordo técnico em 2024, a relação ganhará um novo patamar em 2026, quando a Toyota se tornará patrocinadora máster da equipe americana — movimento que naturalmente levanta questionamentos sobre influência no line-up.

Ayao Komatsu, chefe da Haas, não fugiu do tema. Questionado se a presença crescente da Toyota pode pesar nas decisões sobre pilotos a partir de 2027, o dirigente confirmou que essa possibilidade existe dentro da lógica do projeto.

“Sim, claro”, afirmou Komatsu. “O objetivo deles — um entre vários — é desenvolver pessoas. E, como já dissemos, uma dessas áreas são os pilotos.”

A declaração reforça a leitura de que a Toyota vê a Fórmula 1 como um ambiente de formação extrema, não apenas técnica, mas também competitiva e cultural. Levar jovens talentos do seu programa ao topo do automobilismo faz parte dessa ambição. Ainda assim, Komatsu tratou de estabelecer um limite muito claro.

Segundo ele, qualquer piloto apoiado pela Toyota só será considerado se atender ao critério central da Haas: desempenho imediato.

“Mas o ponto principal é que performance vem em primeiro lugar”, explicou. “Qualquer um que entre no nosso carro precisa ser a melhor escolha em termos de performance.”

Ryo Hirakawa (JPN) Haas F1 Team Reserve Driver.
Foto: XPB Images

Komatsu fez questão de enfatizar que essa filosofia é compartilhada também pela própria cúpula da Toyota, incluindo Akio Toyoda. Para o chefe da Haas, abrir mão desse princípio colocaria em risco a credibilidade de todo o projeto.

“Todos concordamos com isso, inclusive o Akio-san”, disse. “Mesmo que ele quisesse, por exemplo, um piloto japonês da academia, isso viraria uma piada se colocássemos alguém que não fosse bom o suficiente.”

O temor, segundo Komatsu, é alimentar a narrativa de que a Toyota estaria simplesmente comprando um assento na Fórmula 1 — algo que ele rejeita de forma contundente.

“As pessoas diriam: ‘Ah, a Toyota está só comprando uma vaga com dinheiro’”, continuou. “Isso não é o que o Akio-san está fazendo. Não é o que nós estamos fazendo. Sempre escolhemos pilotos que entregam performance.”

A fala ajuda a separar especulação de realidade. Embora rumores sobre uma eventual tomada de controle da Haas pela Toyota circulem com frequência, o discurso oficial aponta para um modelo mais pragmático: colaboração técnica, desenvolvimento de pessoas e, só depois, oportunidades esportivas — sempre filtradas pelo cronômetro.

Na prática, a mensagem é direta. A porta para pilotos ligados à Toyota pode se abrir a partir de 2027, mas não haverá atalhos. Em um grid cada vez mais sensível à legitimidade dos projetos, a Haas tenta deixar claro que, independentemente do sobrenome corporativo, só corre quem entrega resultado na pista.



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