A Cadillac segue acelerando seus preparativos para estrear na Fórmula 1 em 2026, e o diretor de engenharia da equipe, Pat Symonds, descreveu o processo como uma jornada ‘bastante assustadora’. A montadora norte-americana, pertencente à General Motors (GM), recebeu em março deste ano, a aprovação formal para ingressar no grid da categoria em 2026, mas o projeto, iniciado originalmente sob a liderança de Michael Andretti, já vinha sendo desenvolvido há algum tempo.
Com Sergio Perez e Valtteri Bottas confirmados como pilotos titulares e Graeme Lowdon (ex-Manor) no cargo de chefe de equipe, a Cadillac vem passando por um crescimento acelerado para construir sua estrutura em tempo recorde: “É algo realmente assustador”, afirmou Symonds em entrevista para a imprensa. “O mais impressionante é o comprometimento de todos na Cadillac com esse novo time.”
Symonds destacou o desafio logístico e humano de formar uma equipe de F1 praticamente do zero, em pouco mais de um ano: “Nós só recebemos a autorização oficial para a entrada na F1 no dia 07 de março deste ano, exatamente 364 dias antes do primeiro treino livre na Austrália em 2026. Você não monta uma equipe de Fórmula 1 em 364 dias. Então houve um comprometimento incrível antes disso para reunir pessoas”, afirmou.
O engenheiro revelou que a equipe começou o ano com 159 funcionários na Inglaterra e, após o anúncio oficial, esse número saltou para 426: “Esse crescimento foi muito rápido e extremamente difícil”, reconheceu.

A Cadillac estabeleceu sua base principal em Silverstone, epicentro das operações técnicas, mas também está construindo uma nova instalação em Indiana (EUA), que será o quartel-general de todas as suas atividades de automobilismo.
Symonds, que já supervisionou o desenvolvimento de dezenas de carros de F1, incluindo nas equipes Toleman, Benetton, Marussia e Williams, entre outras, destacou a qualidade do trabalho que encontrou na equipe: “O que me chamou a atenção foi a qualidade real do que está sendo feito. Muitos elementos são dignos das equipes da frente do grid”, acrescentou.
Ainda assim, ele destacou que o desafio vai muito além da parte técnica: “Construir um carro de F1 nunca é fácil, mas eu já fiz cerca de quarenta deles, então sei o que precisa ser feito e quando. O mais difícil é erguer toda a infraestrutura em torno disso, processos, logística, prédios. É algo que você não faz com frequência, e essa tem sido uma enorme dificuldade que as pessoas têm enfrentado muito bem”, completou.
