Andrea Stella, chefe da McLaren, destacou o trabalho dos engenheiros da equipe no desenvolvimento do MCL39, especialmente pela forma como o carro lida com o desgaste dos pneus, um fator decisivo no atual domínio da equipe nas corridas da temporada 2025 da Fórmula 1.
Mesmo não sendo o mais veloz em voltas únicas, o MCL39 tem se mostrado superior no ritmo de corrida, com destaque para o desempenho no calor intenso do GP de Miami. A dobradinha conquistada por Oscar Piastri e Lando Norris, evidenciou a consistência e eficiência do carro, que cruzou a linha de chegada com ampla vantagem para George Russell, o terceiro colocado.
“Já vimos isso antes. Quando as condições são desafiadoras para os pneus, especialmente em relação ao superaquecimento, nosso carro consegue mantê-los dentro de uma janela ideal. Ele é gentil com os pneus”, disse Stella para a imprensa. “Há uma engenharia muito competente por trás disso.”
Stella aproveitou para valorizar o trabalho interno da equipe. “Estudamos todas as características que influenciam o comportamento dos pneus e projetamos o carro de forma prática, para extrair esses benefícios. Isso mostra como dominamos algo que ainda parece uma ‘arte negra’ na F1: lidar com pneus”, disse ele.
Outro ponto forte do MCL39, segundo o dirigente, é sua eficiência térmica. “Nosso carro se comporta muito bem no calor. A carroceria relativamente fechada esconde um sistema de refrigeração muito bem projetado. É um trabalho de engenharia que faz diferença em condições extremas.”
Stella também comentou o desempenho de Piastri durante as voltas iniciais em Miami, quando o australiano seguiu Max Verstappen de perto por catorze voltas antes de assumir a liderança. “É difícil dizer o quanto os pneus sofreram nesse trecho. Certamente houve algum desgaste, mas, depois de assumir a ponta, ele passou a se beneficiar do ar limpo”, acrescentou.
Para ele, a diferença de performance entre os carros foi determinante. “Não foi o tipo de situação em que você precisa explorar ao máximo os pneus para se manter próximo e usar o DRS. Era relativamente fácil se manter no alcance do DRS, e aqui as zonas são tão longas que a ultrapassagem se torna mais simples. Você precisa forçar menos os pneus para completar a manobra”, completou Stella, satisfeito com o que viu da McLaren em Miami.