Lando Norris começou o fim de semana decisivo da Fórmula 1 em alta no GP de Abu Dhabi, mas os dados de sexta-feira mostram que Max Verstappen e Oscar Piastri ainda têm muito a oferecer na luta pelo título de 2025. A disputa permanece completamente aberta em Yas Marina, e o clima de tensão cresceu após uma sexta repleta de variações de ritmo, simulações estratégicas e sinais claros de que McLaren e Red Bull podem travar mais um duelo histórico.
O líder do campeonato exibiu força desde o TL1. Norris, que chega a Abu Dhabi com 12 pontos de vantagem sobre Verstappen e 16 sobre Piastri, foi veloz em ambas as sessões, tanto sob sol quanto no início da noite árabe. Mais que isso, seus números chamaram atenção. Os dados internos indicam que ele ficou a apenas 0,045s de sua volta ideal, marca que só George Russell e o próprio Verstappen conseguiram igualar em consistência.
Ainda assim, o britânico preferiu a cautela. “Não estou completamente feliz, não completamente confiante”, afirmou após o TL2. Norris explicou que a McLaren testou soluções diferentes ao longo do dia e que há espaço para crescer. “Sempre sabemos que fica mais apertado na classificação, então nada para comemorar ainda”, alertou.
Do outro lado da garagem, o enredo foi mais turbulento. Piastri cedeu o carro a Pato O’Ward no TL1, atendendo à exigência anual de que equipes rodem pilotos jovens em quatro sessões ao longo da temporada. O australiano entrou apenas no TL2 e precisou recuperar ritmo rapidamente. Sua simulação de volta rápida com pneus Macios ficou comprometida por um erro na curva 6, o que inflou artificialmente a distância para Norris nos tempos finais. Mesmo assim, ele saiu satisfeito. “Ainda encontrando meus pontos, mas nada mal para uma única sessão. A chance de lutar pela pole é bem boa”, declarou.

A McLaren liderou novamente as simulações de classificação, mas dessa vez por margem mínima. Mínima mesmo: 0,04s separando os carros laranja da Red Bull. No ritmo de corrida, o cenário se repete, com leve vantagem para a McLaren em curvas médias e rápidas. O histórico recente dá confiança aos britânicos, já que Norris dominou o GP de Abu Dhabi em 2024. Mas os números mostram claramente que a Red Bull está logo ali, pronta para atacar.
E quando se fala em Verstappen, toda cautela é pouca. Quem virou 104 pontos de desvantagem para apenas 12 em oito corridas não pode ser tratado como azarão. O holandês reconheceu que há “um bom gap a fechar” durante a noite, tanto em volta lançada quanto em ritmo de longa duração. Porém, os dados mostram que seu carro está fortíssimo nas mãos dele, mesmo que Yuki Tsunoda tenha dito não entender sua falta de velocidade. Não será surpresa ver Verstappen mais rápido no sábado, e a matemática do título ainda o coloca na briga caso Norris termine fora do pódio.
Mercedes surge logo atrás dessa dupla de gigantes. Russell acredita que o duelo pela pole envolverá McLaren, Red Bull e Ferrari, apesar dos alemães aparecerem um pouco mais distantes nas simulações. A Ferrari, aliás, brilhou mais no calor do dia do que sob os refletores, mas Hamilton admitiu que precisa “consertar” o último setor, onde perdeu sete décimos em relação aos melhores tempos.

Entre as equipes intermediárias, um destaque absoluto: Haas. Oliver Bearman chocou até a equipe ao disparar no rádio, “O carro está insano!”, depois de fechar o TL2 em quarto lugar. A atualização estreada em Austin mudou a realidade do time, e o britânico já soma cinco corridas consecutivas nos pontos. A Haas aparece como quinta força, à frente da Sauber/Audi, que também viveu ótima sexta e se coloca como candidata real a Q3.
Com apenas cinco pontos separando Haas e Sauber na batalha pelo oitavo lugar no Mundial de Construtores, o fim de semana promete decisão eletrizante também no pelotão intermediário. Williams e Racing Bulls surgem logo atrás, mas com ritmo suficientemente competitivo para embaralhar a disputa.
Assim, a sexta-feira em Abu Dhabi termina com Norris no topo, mas sem folga alguma. Verstappen está perigosamente próximo, e Piastri ainda não mostrou tudo o que tem. Com margens tão apertadas e três candidatos reais ao título, a classificação deste sábado promete ser uma das mais tensas dos últimos anos na F1 – talvez até decisiva.
