Ralf Schumacher, ex-piloto de Fórmula 1, acredita que Charles Leclerc deve considerar alternativas fora da Ferrari, após a declaração contundente do presidente da Scuderia, John Elkann, que pediu para Leclerc e Lewis Hamilton ‘falarem menos e focarem em pilotar mais’. Para Schumacher, o tom da mensagem foi deliberado e muito sério.
A temporada 2025 tem sido frustrante para a Ferrari, que ainda busca sua primeira vitória no ano, apesar das expectativas criadas após o duelo com a McLaren no fim de 2024. Em Interlagos, o time voltou a sair zerado: Leclerc abandonou depois de ser atingido por Kimi Antonelli, enquanto Hamilton sofreu danos no carro ao tocar na traseira do Alpine de Franco Colapinto.
Schumacher considera que a cobrança pública de Elkann teve influência da pressão interna decorrente da contratação de Hamilton, cujo desempenho, segundo ele, ficou muito abaixo do esperado: “Com Lewis Hamilton, é bem claro. Acho que essa é a decisão de pessoal mais cara que a Ferrari fez em muito tempo. O desempenho não está lá”, disse ele que acrescentou: “Lewis Hamilton simplesmente não está sendo bom o suficiente. Elkann esperava mais”.
O ex-piloto, porém, questionou por que Leclerc também foi alvo da mensagem. O monegasco é um dos destaques da temporada, soma sete pódios e mantém 66 pontos de vantagem sobre Hamilton no campeonato.

“Se eu fosse Charles Leclerc, perguntaria do que se trata tudo isso. Acho que Leclerc está fazendo um ótimo trabalho, tirando o máximo do time e de si mesmo. Ele é um cara querido, que se encaixa na Ferrari. É um homem de família, vai se casar em breve”, afirmou o alemão.
Para Schumacher, Leclerc não deve aceitar esse tipo de sinal sem buscar garantias: “Eu mandaria meu empresário lá para perguntar o que está acontecendo. Em uma situação assim, eu sempre trabalhava um plano B com meu empresário, e é isso que eu faria no lugar dele, porque não deixaria ninguém passar por cima de mim”, acrescentou.
Apesar da sugestão, o alemão reconhece que o mercado atual não oferece caminhos óbvios. A McLaren tem seus pilotos blindados, a Mercedes está alinhada com George Russell e Antonelli, e o segundo carro da Red Bull Racing não é considerado atraente. No entanto, ele lembra que 2026 pode mudar tudo com o novo regulamento. Eventuais movimentações envolvendo Max Verstappen, o projeto ambicioso da Aston Martin com Adrian Newey, e a possível aposentadoria de Fernando Alonso no final da próxima temporada, podem abrir oportunidades para o piloto monegasco.
