F1: Sainz relembra pressão “exaustiva” da base da Red Bull

Carlos Sainz revelou os bastidores intensos e mentalmente desgastantes do programa de jovens pilotos da Red Bull, conhecido como o principal programa júnior atualmente. O espanhol descreveu o ambiente vivido em 2015, quando fez sua estreia na Fórmula 1 com Max Verstappen na Toro Rosso, como um verdadeiro “campo de batalha psicológico”.

“Era o ano para se provar e só pensar em você mesmo. Tentar vencer o Max, Max tentando me vencer, e ver quem era melhor”, relembrou Sainz em entrevista ao podcast High Performance. “Se você ganhasse, talvez subisse para a Red Bull. Se conseguisse se destacar sem vencer, permanecia na Toro Rosso e seguia na F1, construindo uma carreira. Se fosse destruído ou perdesse, estava fora da Fórmula 1.”

A situação que Sainz descreve é comumente vista na atuação da Red Bull. Nomes como Pierre Gasly, Alexander Albon e Liam Lawson, que se destacaram na equipe satélite, foram promovidos para a principal. Sem sucesso, logo foram rebaixados ou deixaram o time. Agora, a situação se repete com Yuki Tsunoda, que está apresentando um desempenho abaixo do esperado e não sabe qual será seu futuro no próximo ano.

F1: Sainz relembra pressão “exaustiva” da base da Red Bull
Foto: Peter Fox/Getty Images

“Sem críticas, porque aquela equipe funciona bem”, disse. “Entrega grandes pilotos para a Fórmula 1. Fez isso com o Sebastian [Vettel], fez com o Max. Hoje ainda tem o Isack [Hadjar] se saindo muito bem e o Liam [Lawson] se recuperando do episódio com a Red Bull. O programa continua servindo ao seu propósito.”

Segundo ele, a Red Bull sempre utilizou a Toro Rosso, atual Racing Bulls, como um campo de testes para seus pilotos. “Eu amo a Toro Rosso, amo aquela equipe, mas até alguns anos atrás ela sempre foi um campo de testes para Helmut Marko e Christian Horner colocarem dois pilotos e verem qual deles subiria para a Red Bull. Então os dois sempre iam se enfrentar.”

“Provavelmente foram os anos mais intensos da minha vida”, disse. “Tínhamos a capacidade de lidar com aquele nível de intensidade, mas o que mais me lembro não é da pressão — é do nível de detalhe com que a gente analisava tudo. Foi, honestamente, exaustivo. Mas foi isso que me formou. Aquele nível de competitividade, aquela pressão, moldam você. Eu não mudaria nada. Faria tudo de novo. Acho que me fez muito bem”, concluiu o espanhol.

Após sua passagem pela Racing Bulls, Sainz foi para a Renault e depois McLaren, onde ele começou a se destacar até ser alvo de propostas da Ferrari. O piloto assinou com a escuderia italiana em 2021 e ficou até o final de 2024, quando foi substituído por Lewis Hamilton. Atualmente ele é piloto da Williams, ao lado de Alexander Albon.



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