Piloto britânico aponta ponto de partida equivocado em 2022 e acredita que novo regulamento zera as fragilidades que travaram a equipe
A transição da Fórmula 1 para o regulamento de 2026 é vista dentro da Mercedes como uma oportunidade de reinício e George Russell deixou claro que não enxerga uma repetição dos problemas que marcaram a equipe ao longo da era recente do efeito solo.
Segundo o britânico, as dificuldades enfrentadas desde 2022 estiveram muito mais ligadas ao ponto de partida escolhido pela Mercedes do que a uma incapacidade estrutural de entender o conceito aerodinâmico como um todo. Para ele, isso muda completamente o cenário quando se olha para o próximo ciclo técnico.
“Foi um conjunto de regulamentos extremamente desafiador, para ser honesto”, afirmou Russell. “Mas eu não acho que esses regulamentos vão ter impacto direto no próximo ciclo, porque os problemas serão totalmente diferentes.”
A Mercedes entrou na mudança de regras em 2022 como favorita natural, após conquistar oito títulos consecutivos de construtores entre 2014 e 2021. O que se seguiu, no entanto, foi um período irregular, com apenas seis vitórias em quatro temporadas e incapacidade de acompanhar a evolução inicial da Red Bull Racing — e, mais recentemente, da própria McLaren.
Russell avalia que o erro central esteve na aposta inicial da Mercedes, que acabou direcionando o desenvolvimento para um caminho difícil de reverter.
“Acho que provavelmente começamos no lugar errado”, explicou. “Isso nos levou por um caminho equivocado e depois tivemos que voltar atrás.”

O piloto também lembrou que, enquanto a Mercedes lidava com os efeitos colaterais do conceito agressivo adotado em 2022, a Red Bull conseguiu uma vantagem decisiva logo no início da nova era.
“Claramente a Red Bull saiu dos blocos em 2022 com muito menos porpoising e teve algo como seis a oito meses de vantagem enquanto a gente tentava entender o problema.”
Ainda assim, Russell fez questão de relativizar a narrativa de domínio absoluto dos rivais ao longo de todo o ciclo. Para ele, o cenário foi mais dinâmico do que os resultados finais sugerem.
“Se você me perguntasse isso na pausa de verão, eu teria argumentado que estávamos em um nível semelhante ao da Red Bull”, disse. “Em 2023, por exemplo, a Aston Martin começou muito forte e caiu, a Ferrari oscilou, a McLaren encontrou algo realmente especial mais tarde.”
A leitura do piloto é que 2026 representa uma ruptura real, não apenas uma evolução incremental. Com carros menores, mais leves e unidades de potência completamente reformuladas, Russell acredita que a Mercedes entra no novo ciclo sem o peso conceitual que a travou nos últimos anos.
