Os comissários da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) reverteram a punição aplicada a Carlos Sainz, da Williams, no GP da Holanda deste ano. A decisão é considerada justa por muitos dentro do paddock da Fórmula 1. O resultado do espanhol na corrida permanece o mesmo, mas os dois pontos aplicados em sua superlicença já foram removidos.
A decisão serviu para esclarecer diretrizes recentemente estabelecidas que buscam garantir corridas mais justas, principalmente em situações em que um piloto tenta ultrapassar um adversário pelo lado de fora da pista. As regras foram revistas no fim do ano passado, após situações entre Max Verstappen e Lando Norris nos GP dos Estados Unidos e do México. Em ambas, Verstappen forçou Norris a sair da pista para defender sua posição, mesmo quando o rival já o havia ultrapassado antes da curva.
No caso de Sainz, a Williams solicitou uma revisão da penalidade, alegando possuir novas evidências sobre a colisão entre seu piloto e Liam Lawson, da Racing Bulls. A equipe britânica apresentou imagens inéditas da câmera onboard dianteira do carro de Lawson, que foram aceitas pelos comissários como provas relevantes.

Essas imagens mostraram que Lawson sofreu uma “perda momentânea de controle” antes do toque com Sainz. Com base nesse novo material, os comissários concordaram com a caracterização da Williams de que o incidente foi um “acidente de corrida”, sem culpa predominante de nenhum dos pilotos.
A decisão inicial, que responsabilizava Sainz, preocupava por estabelecer um precedente perigoso: a possibilidade de punir automaticamente qualquer piloto que tentasse uma manobra por fora e se envolvesse em um toque. O fato de os comissários exigirem “nova evidência” para reverter a penalidade foi eficaz para corrigir a decisão e mostrou que eles estão dispostos a corrigirem suas decisões, diferente do que aconteceu no passado.
Se erros futuros continuarem sendo revistos com essa mesma disposição, a Fórmula 1 poderá dar passos importantes em direção a um padrão mais justo e previsível nas análises, algo muito cobrado por pilotos e dirigentes, que já apontaram as inconsistências por diversas vezes. Recentemente, George Russell, um dos diretores da GPDA (Associação dos Pilotos) chegou até mesmo a recomendar o uso da inteligência artificial para auxiliar os comissários.
