Três anos atrás, o GP de São Paulo de Fórmula 1 em 2022, expôs uma das maiores tensões internas da Red Bull Racing na era moderna da equipe. Mesmo já coroado bicampeão mundial, Max Verstappen desafiou uma ordem direta do time e reacendeu atritos com seu então companheiro de equipe, Sergio Perez, que ainda lutava pelo vice-campeonato na temporada.
Naquela corrida em Interlagos, os dois pilotos vinham em posições intermediárias nas voltas finais. Perez, com pneus médios desgastados, havia perdido ritmo após uma tentativa frustrada de ultrapassar Fernando Alonso. Verstappen, em ritmo mais forte, passou o companheiro e subiu para sexto.
A equipe, tentando ajudar o mexicano na disputa contra Charles Leclerc pelo segundo lugar no campeonato, pediu que Verstappen devolvesse a posição. O holandês, no entanto, se recusou e respondeu de forma contundente pelo rádio: “Eu já disse isso no verão passado. Não me peçam isso de novo, está claro?”
Em uma reação imediata, Perez demonstrou frustração. O mexicano disparou no rádio da equipe: “Isso mostra quem ele (Verstappen) realmente é.”
O resultado deixou Perez e Leclerc empatados em pontos antes da final em Abu Dhabi, situação que poderia ter sido diferente caso Verstappen cedesse a sexta posição. A Red Bull precisou intervir rapidamente diante da repercussão. O então chefe da equipe, Christian Horner, admitiu erros de comunicação: “Como equipe, cometemos alguns erros no Brasil. Infelizmente, Max só foi informado na última curva sobre a solicitação para devolver a posição, sem que todas as informações tivessem sido repassadas”, disse Horner na época.
Apesar da tentativa de conter o episódio, a equipe acabou aceitando a postura do piloto holandês. Após reuniões internas, o caso foi tratado como uma ‘questão pessoal’ e encerrado internamente. “A equipe aceitou as razões de Max. A conversa foi um assunto pessoal e permanecerá privada”, dizia o comunicado oficial da Red Bull.
Meses depois, Perez revelou que a situação só foi realmente resolvida em uma conversa particular, muito tempo após o ocorrido: “Ele nunca me disse nada diretamente, guardou para si e trouxe o assunto de volta seis ou oito meses depois. Conversamos e resolvemos tudo. Ele ainda tinha algo na cabeça desde Mônaco, quando falamos sobre isso em Baku, ficou tudo bem”, afirmou o mexicano.
Perez concluiu destacando a personalidade do então companheiro de equipe: “Max é assim. Ele guarda as coisas até o momento em que decide soltar, e geralmente faz isso na pista”, finalizou.
O episódio em Interlagos ficou marcado como um dos raros momentos de atrito público entre os dois pilotos, revelando as tensões por trás do domínio da Red Bull naquele período.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de São Paulo de Fórmula 1 in loco, com os jornalistas Gabriel Gavinelli e Nathalia De Vivo.
GP de Abu Dhabi