F1: Presença de Max Verstappen na Nordschleife transforma o Nürburgring em fenômeno global

Presença de Max Verstappen na Nordschleife transforma o Nürburgring em fenômeno global e cria um efeito dominó que já muda o ecossistema do automobilismo europeu

A influência de Max Verstappen ultrapassou há muito tempo os limites da Fórmula 1. Em 2025, isso ficou evidente quando o tetracampeão decidiu competir na Nürburgring Nordschleife, um dos templos mais icônicos do automobilismo mundial. Não foi apenas mais uma aparição especial. Foi o início de um efeito cultural que já começa a alterar a dinâmica do circuito alemão.

Verstappen estreou em provas de GT3 no traçado durante uma etapa de quatro horas da NLS, dividindo o carro com Chris Lulham. A vitória veio, mas o resultado esportivo acabou sendo apenas parte da história. O impacto real aconteceu fora da pista — na audiência, na mobilização de fãs e na atenção global que o Nürburgring passou a receber.

Audiência multiplicada e um novo público descobrindo o Nürburgring
Misha Charoudin, piloto, empresário local e criador de conteúdo amplamente ligado à Nordschleife, foi direto ao avaliar o impacto da presença de Verstappen. Em participação no podcast Road to Success, ele não deixou margem para dúvida:

“Um bilhão por cento, com absoluta certeza. Eu já consigo ver isso nos dados que tenho disponíveis agora.”

Charoudin explicou que a transformação é mensurável. Segundo ele, a simples participação de Verstappen em uma corrida da NLS fez a audiência das transmissões ao vivo explodir:

“Quando o Max correu lá, a live foi assistida por cerca de trinta vezes mais pessoas do que o normal. A audiência foi trinta vezes maior.”

O detalhe mais revelador é que não se tratava de um evento promovido como algo excepcional. Verstappen não era o centro da comunicação oficial da prova. Ainda assim, o público apareceu em massa — um indicativo claro de que o nome do piloto, por si só, já é capaz de deslocar audiências inteiras.

A Nordschleife como palco de descoberta
Para Charoudin, o efeito Verstappen vai além do fã tradicional de corridas. Ele atrai um público novo, que sequer tinha relação prévia com o Nürburgring:

“Em muitos casos, essas pessoas só agora estão descobrindo que o Nürburgring existe, ou que o circuito ainda existe e que é possível assistir ao Max Verstappen correndo lá.”

A lógica é simples, mas poderosa: Verstappen funciona como porta de entrada. Pessoas que acompanham a Fórmula 1 passam a descobrir o endurance, as provas locais e até a possibilidade de vivenciar o circuito de forma direta.

“Você pode até reservar um hotel para vê-lo correr. E depois que o Verstappen anda lá, você mesmo pode pilotar seu próprio carro durante as sessões públicas!”

A Nordschleife deixa de ser apenas um circuito lendário para entusiastas e passa a ser um destino aspiracional para fãs globais.

Impacto econômico e mudança de escala
O reflexo não se limita à audiência digital. Segundo Charoudin, o impacto já é sentido na economia local:

“Isso já está acontecendo este ano e vai se intensificar no próximo. O número de reservas em locadoras de carros, hotéis e equipes que operam lounges durante as corridas da NLS ou das 24 Horas está explodindo.”

Hotéis, locadoras, equipes privadas e organizadores de eventos passam a operar em outro patamar. A simples possibilidade de Verstappen aparecer no circuito transforma finais de semana comuns em grandes eventos.

Verstappen como vetor cultural do automobilismo
O que está em jogo não é apenas a participação ocasional de um piloto de Fórmula 1 em provas de GT. Verstappen atua como um catalisador cultural. Ele conecta mundos que tradicionalmente caminham em paralelo: F1, endurance, track days e automobilismo amador.

A chamada “loucura Verstappen” não é sobre recordes ou vitórias isoladas. É sobre visibilidade, desejo e pertencimento. Onde Max corre, o automobilismo cresce ao redor.

Se em 2026 Verstappen decidir intensificar sua presença na Nordschleife, como sugerem as projeções, o Nürburgring pode viver algo inédito em sua história moderna: tornar-se novamente um epicentro global, agora impulsionado não apenas por sua lenda, mas por um nome que carrega consigo milhões de olhos ao redor do mundo.