A Pirelli declarou que esclareceu a situação com o piloto da Mercedes, George Russell, após suas críticas sobre as flutuações de desempenho dos pneus. Após o Grande Prêmio do Azerbaijão, Russell expressou frustração ao dizer que os produtos da Pirelli não eram “bons o suficiente” devido às variações bruscas de ritmo entre os compostos. O piloto britânico destacou sua dificuldade com os pneus médios em Baku, mas afirmou ter sido mais competitivo com os pneus duros, o que o ajudou a conquistar um pódio.
Russell descreveu o comportamento dos pneus como “mágica negra” e pediu por conversas sérias sobre o assunto. Ele afirmou que, em certos momentos da corrida, o carro tinha ritmo para lutar pela vitória, enquanto em outras partes parecia incapaz de pontuar, atribuindo essas diferenças exclusivamente aos pneus.
Após essas declarações, Mario Isola, chefe de F1 e competições da Pirelli, se reuniu com Russell em Singapura para discutir a questão e esclarecer o que havia ocorrido no GP de Baku. Isola explicou que, após uma análise detalhada do desempenho dos pneus naquela corrida, vários fatores contribuíram para as diferenças de ritmo, além dos próprios compostos.
De acordo com Isola, o desempenho do carro é influenciado por diversos elementos, como o ajuste do carro, a evolução da pista e o tratamento dado aos pneus nos primeiros giros. Ele destacou que, no último stint com os pneus duros, Russell economizou os pneus nas primeiras voltas, o que lhe permitiu ter um ritmo mais forte no final da corrida. Por outro lado, com os compostos médios, o comportamento foi diferente.
Isola reforçou que não foram encontradas anomalias no comportamento dos pneus em Baku e que as diferenças de desempenho entre os compostos são normais. Ele destacou que o pneu duro é mais “tolerante” e mantém um desempenho mais consistente, mesmo quando aquecido em excesso. Já os pneus médios e macios são mais sensíveis ao superaquecimento, o que pode resultar em maior degradação e surgimento de graining.
A Pirelli também mencionou que, em um campeonato competitivo como a Fórmula 1, onde várias equipes estão muito próximas em termos de performance, qualquer diferença de milésimos de segundo se torna mais perceptível. Ajustes de configuração que favorecem um composto podem não trazer o mesmo resultado com outro, tornando as variações de desempenho mais evidentes em determinados momentos da corrida.
Russell, que inicialmente criticou a Pirelli, reconheceu a importância dessas variáveis, e a conversa com Isola serviu para esclarecer que o comportamento dos pneus em Baku estava dentro das expectativas da fabricante.