A decisão do título da Fórmula 1 no GP de Abu Dhabi 2025 promete ser marcada por escolhas estratégicas decisivas para Max Verstappen, Lando Norris e Oscar Piastri. A batalha final no Yas Marina Circuit coloca os três protagonistas frente a frente, com Verstappen largando da pole position, Norris ao seu lado na primeira fila e Piastri logo atrás. Com cenários tão distintos para cada candidato ao campeonato, a estratégia deve desempenhar um papel central na disputa pelo título.
Segundo as simulações da Pirelli, a tendência é de que uma estratégia de apenas uma parada seja a mais rápida, usando pneus Médios no início e Duros no trecho final, com janela ideal entre as voltas 20 e 26. Foi exatamente o que funcionou em 2024, quando a maior parte do grid adotou o plano médio>duro para garantir consistência até a bandeirada. Porém, tudo pode mudar se o tráfego gerar trens de DRS, forçando tentativas de undercut e provocando reações em cadeia nos boxes.
A temporada também revelou que o desgaste por graining pode afetar todos os compostos, os Macios de forma mais leve, mas ainda assim o suficiente para mexer no tabuleiro tático. Simone Berra, engenheiro-chefe da Pirelli, destacou que “todas as estratégias estão na mesa”, já que as equipes relataram graining inesperado no treino de sexta-feira. McLaren, inclusive, manteve dois jogos de pneus Duros justamente por ter sofrido mais com o problema ao longo do ano.

Para quem considera duas paradas, há variações possíveis, como médio>duro>médio, com janelas entre as voltas 15 e 21 e depois entre 37 e 43. Há também médio>duro>duro ou até a aposta mais arriscada médio>duro>macio, embora historicamente o composto Macio quase não apareça nas corridas de Abu Dhabi. Ainda assim, a teoria existe, e em caso de graining excessivo, a tática pode se tornar mais relevante.

No meio do pelotão, estratégias alternativas também ganham espaço. A opção duro>macio é atrativa para quem larga mais atrás, como Lewis Hamilton em 2024, quando avançou de P16 para P4 apostando numa longa primeira perna antes de um stint final com maior aderência. Qualquer piloto que inicie com pneus Duros deve tentar estender ao máximo o primeiro trecho, na esperança de aproveitar um Safety Car para parar “de graça”.
A luta pelo título também deve influenciar as decisões. Verstappen precisa vencer, o que lhe permite focar numa estratégia mais conservadora a partir da pole. Norris, por sua vez, torna-se campeão se terminar no pódio, o que reduz a urgência por manobras arriscadas. Já Piastri precisa fazer algo diferente dos rivais, especialmente se a corrida estabilizar depois da primeira volta. O australiano é o mais livre para arriscar, já que só a vitória o mantém vivo na disputa.

Com cenários que envolvem undercuts, trechos longos, pneus Duríssimos e até variáveis externas como tráfego e Safety Car, a última corrida da temporada promete ser uma das mais estratégicas dos últimos anos. E, como a história do GP de Abu Dhabi já mostrou, decisões nos boxes podem definir campeões.
