Leclerc, Gasly e Stroll concordam que o Mundial de 2025 deve ficar entre os dois companheiros de equipe; Verstappen ainda é visto como ameaça
A coletiva desta quinta-feira (6) em Interlagos mostrou um raro consenso entre pilotos de equipes diferentes. Charles Leclerc (Ferrari), Pierre Gasly (Alpine) e Lance Stroll (Aston Martin) apontaram que o título mundial de 2025 deve ser decidido dentro da McLaren, entre Lando Norris e Oscar Piastri. A dupla chega ao GP de São Paulo separada por apenas um ponto, e o paddock já trata o duelo interno como o novo epicentro da temporada.
Leclerc, que vive boa fase com a Ferrari após pódios consecutivos, evitou indicar um favorito, mas reforçou que a disputa tende a se resumir aos dois pilotos da equipe britânica. “Ainda acredito que está entre os dois pilotos da McLaren. Com a diferença de um ponto, não há ‘caçador’ ou ‘caçado’. É quem terminar na frente, basicamente, acaba na frente no campeonato”, afirmou o monegasco, que ainda fez um parêntese sobre o atual tricampeão. “Não dá para descartar o Max (Verstappen). Eu preferiria apostar depois de São Paulo e ver como o fim de semana vai se desenhar. Com três corridas restantes, a gente vai saber um pouco mais.”
Pierre Gasly, da Alpine, foi direto ao ponto e endossou a leitura do rival. “Acho que será entre os pilotos da McLaren. Vai ser difícil para o Max virar.” A fala ecoou o sentimento geral de boa parte do paddock, que reconhece a Red Bull mais competitiva desde as atualizações introduzidas em Monza, mas ainda aquém da consistência da McLaren nas últimas etapas. Lance Stroll, por sua vez, completou: “Provavelmente um dos pilotos da McLaren, pelo que parece.”

O que se desenha em Interlagos é um duelo de nervos entre companheiros de equipe, marcado por equilíbrio e execução. Lando Norris vem de vitória no México e já acumula dez triunfos na carreira, enquanto Oscar Piastri, precisa voltar à regularidade que o colocou como um dos pilotos mais constantes do grid. A McLaren vive um momento raro na Fórmula 1 moderna: dois carros em condições idênticas, pontuando alto e sem hierarquia explícita dentro da equipe.
Leclerc destacou que, com a diferença mínima entre os dois, o fator mental passa a ser determinante. “A tensão está extremamente alta. É sobre gerenciar a pressão e performar sob ela da melhor forma possível. Só o tempo vai dizer quem vai lidar melhor com isso.” A declaração ecoa o clima interno em Woking, onde cada detalhe — uma parada mais lenta, um erro de freada, uma volta lançada mal cronometrada — pode definir o campeonato.
Embora o foco esteja nos pilotos da McLaren, o nome de Max Verstappen segue presente nas conversas. O holandês tem mostrado evolução desde o pacote de atualizações da Red Bull e costuma ser letal em corridas com variáveis climáticas, como é o caso de Interlagos. “É o tipo de pista em que tudo pode acontecer. Se chover, tudo muda”, lembrou Gasly, reforçando o histórico imprevisível do circuito brasileiro.

Ferrari e Mercedes, por outro lado, aparecem neste momento como coadjuvantes de luxo. Leclerc reconheceu que a equipe italiana ainda não tem o ritmo das rivais diretas. “Não temos o mesmo ritmo de McLaren ou Red Bull. A Mercedes pode ser forte em alguns fins de semana, mas isso não depende de nós. Vamos focar no que fazemos melhor.” O monegasco também destacou a importância de encerrar bem o ano. “Ser vice não é bom o suficiente para a Ferrari. O único resultado bom é vencer. Mas, considerando de onde começamos e onde estamos agora, foi uma grande melhora.”
Com o campeonato entrando em sua reta final — São Paulo, Las Vegas, Catar e Abu Dhabi —, o paddock começa a projetar o desfecho de uma das temporadas mais equilibradas dos últimos anos. Norris e Piastri chegam praticamente empatados, e qualquer detalhe pode definir quem escreverá o próximo capítulo da história da McLaren. O título de 2025, ao que tudo indica, passará pela cor papaya.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de São Paulo de Fórmula 1 in loco, com os jornalistas Gabriel Gavinelli e Nathalia De Vivo.
