Com a estreia dos novos motores para a temporada 2026 da Fórmula 1 se aproximando, três grandes fabricantes de motores, Mercedes, Red Bull Powertrains-Ford e Audi, parecem ter encontrado uma solução para um problema temido por equipes e engenheiros: o ‘clipping’, que pode resultar na perda repentina de velocidade em linhas retas.
A principal mudança para os novos motores é a eliminação do MGU-H, considerado complexo e caro. Com isso, a F1 se concentrará no MGU-K, que terá sua potência triplicada para impressionantes 350 kW. No entanto, a remoção do MGU-H trouxe novas preocupações, especialmente em relação ao retorno do ‘turbo lag’, que já foi um problema nos anos 80, e ao risco de ‘clipping’, que pode afetar a performance dos carros em circuitos que exigem alta velocidade em retas, como Monza.
De acordo com o site Motorsport.it, engenheiros das três fabricantes identificaram uma solução inovadora para esse desafio. A estratégia envolve o uso de mapeamento avançado do motor, permitindo que parte da energia do combustível seja convertida em potência elétrica. Durante as curvas ou quando o piloto utiliza parcialmente o acelerador, a energia do motor V6 seria redirecionada para o MGU-K, garantindo uma carga constante na bateria e minimizando o risco de perda de potência ao longo de uma volta.
Essa abordagem pode resultar em duas filosofias distintas para 2026, pois algumas equipes poderão optar por carregar mais combustível para explorar ao máximo essa estratégia e prevenir o ‘clipping’, enquanto outras podem correr o risco de usar menos combustível e aceitar a possibilidade de falhas de potência durante a corrida.

Além dessa solução para o problema do ‘clipping’, Mercedes e Red Bull também estão sendo monitoradas pela FIA devido a uma alegada exploração nas regulamentações de compressão do motor. A teoria sugere que a expansão térmica de certos componentes do motor, pode desbloquear mais potência, algo que poderia adicionar até quinze cavalos extras ao motor, sem infringir os testes estáticos da FIA. Isso gerou desconforto entre as equipes concorrentes, que pediram que a FIA investigasse imediatamente.
Essas reformas de regulamento para 2026 seguem um padrão familiar de controvérsias, algo já visto em mudanças passadas, como a introdução dos motores híbridos em 2014. Nesse caso, a Mercedes dominou as novas regras e estabeleceu uma era de domínio. O histórico de mudanças na F1 sempre trouxe desafios inesperados, e a expectativa é que, em 2026, as equipes mais rápidas em entender as brechas das novas regras ganhem vantagem.
Com a temporada de 2026 se aproximando, a pergunta não é se as regras funcionarão como planejado, mas qual fabricante será o primeiro a explorar as lacunas das regulamentações e quanto tempo levará para os outros concorrentes se adaptarem.
