A Red Bull se prepara para um cenário de incertezas em 2026: além do novo regulamento da Fórmula 1, a equipe apostou alto no desenvolvimento de um motor próprio, em parceria com a Ford. O projeto, que está em fase final de preparação e deve estrear na pista já no próximo mês, foi descrito internamente como um desafio sem precedentes.
O chefe da equipe austríaca, Laurent Mekies, não escondeu o tamanho do risco envolvido. “Já dissemos muitas vezes, a decisão de fazer sua própria unidade de potência, no nosso caso com o apoio da Ford, é a decisão mais louca que alguém pode tomar”, afirmou à imprensa. “Foi uma decisão louca, provavelmente uma decisão que apenas a Red Bull pode tomar.”

Segundo Mekies, a complexidade do projeto fica evidente ao comparar a experiência da Red Bull com a de fabricantes tradicionais. “Começamos neste campo, agora temos um prédio, temos os dinamômetros, temos 600 pessoas e vamos tentar lutar contra pessoas que fazem isso há 90 anos”, explicou. Ainda assim, ele destacou o espírito que motivou a escolha: “Amamos o desafio; amamos essa ideia. É muito Red Bull, muito orgulhoso de fazer isso com a Ford.”
Mekies também deixou claro que não espera que a nova unidade de potência seja a referência logo nos primeiros testes. “Seria ingênuo pensar que vamos chegar ao topo imediatamente”, disse. Ele também alertou para o período de adaptação que virá pela frente: “Sabemos que teremos alguns meses muito, muito difíceis.”
Mesmo diante das dificuldades previstas, a Red Bull mantém o objetivo de seguir como candidata ao título mundial na próxima temporada. Para Mekies, o esforço faz parte do pacote: “Muitas noites sem dormir, algumas dores de cabeça, mas também faz parte do privilégio de estar associado a esse tipo de desafio”, concluiu ele.
