A Fórmula 1 caminha para uma de suas maiores transformações técnicas em décadas, e a Red Bull já admite que o cenário não será simples. O chefe de equipe Laurent Mekies reconheceu que o time enfrenta um desafio “titânico” para a temporada 2026, quando entram em vigor os novos regulamentos técnicos da categoria.
Falando sobre o planejamento da equipe, Mekies explicou que a Red Bull não direcionou todo o seu foco para 2026 de forma imediata por uma razão estratégica. Segundo ele, foi fundamental compreender melhor os processos internos de desenvolvimento antes de acelerar totalmente o trabalho para o novo ciclo técnico. “Fizemos isso porque era importante entender as ferramentas e os métodos. Se você não compreende os erros, pode acabar repetindo-os no futuro”, afirmou o dirigente.
O francês, que assumiu recentemente o comando da Red Bull Racing, admitiu que essa escolha custou tempo precioso no desenvolvimento do projeto para 2026. Ainda assim, Mekies destacou que a equipe ganhou confiança e clareza sobre seus caminhos técnicos. Para ele, esse aprendizado será essencial quando os carros alinharem no grid sob as novas regras.
O maior ponto de atenção está na mudança histórica da equipe austríaca em relação às unidades de potência. Após o fim da longa parceria com a Honda, a Red Bull passará a produzir seu próprio motor por meio da Red Bull Powertrains, em colaboração com a Ford. Mekies foi direto ao comentar o impacto dessa transição. “Estamos construindo o motor internamente com o apoio da Ford. Sabemos que vamos sofrer no início, seria ingênuo dizer o contrário”, reconheceu.

A expectativa interna é de um começo de temporada difícil em 2026, especialmente nos primeiros meses, quando a confiabilidade e a performance ainda estarão em fase de consolidação. Mesmo assim, a Red Bull acredita que o trabalho feito agora pode render frutos importantes a médio prazo, desde que os aprendizados atuais sejam bem aplicados.
Enquanto Mekies adota um discurso cauteloso, alguns rivais demonstram maior otimismo em relação ao novo regulamento da Fórmula 1. Fernando Alonso, por exemplo, acredita que a Aston Martin pode largar entre as equipes mais competitivas já no início da era 2026. O bicampeão destacou recentemente a preparação do time e as parcerias estratégicas como fatores decisivos para esse otimismo.
Com visões distintas entre as equipes, a Fórmula 1 se prepara para um novo capítulo marcado por incertezas, apostas ousadas e, como admite a própria Red Bull, desafios de proporções gigantescas.
