F1: McLaren tenta evitar o “efeito 2007” e reforça código de conduta entre Norris e Piastri

Chefe da equipe afirma que o respeito e o diálogo entre os pilotos são prioridade para manter o foco no título e evitar o “efeito 2007” dentro do time

Andrea Stella foi direto ao ponto. Ao ser questionado sobre o risco de uma rivalidade interna entre Lando Norris e Oscar Piastri ameaçar o clima dentro da McLaren, o chefe da equipe lembrou o que chamou de “lições da história”. Em Interlagos, palco de algumas das disputas mais intensas da Fórmula 1, o italiano garantiu que o time de Woking está preparado para lidar com a pressão — e evitar repetir erros do passado.

“Em 2007, a rivalidade interna acabou permitindo que outro time levasse o título. É uma conversa que tivemos internamente e deixamos claro: o campeão precisa dirigir um carro papaya”, afirmou Stella, na presença do F1Mania.net, em referência à histórica disputa entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso que abriu caminho para o título de Kimi Räikkönen naquele ano. “Existe um interesse maior pelo time, e até pelos próprios pilotos, em manter a colaboração e o foco coletivo.”

A McLaren vive um momento raro: duas vitórias consecutivas, liderança compartilhada do Mundial e uma dupla que combina juventude, velocidade e consistência. Mas Stella sabe que esse equilíbrio é delicado. “Temos dois número 1, e é natural que ambos queiram vencer. O que faz diferença é a forma como trabalhamos a comunicação e o respeito. Lando e Oscar têm mostrado uma maturidade que nos deixa muito confiantes”, disse.

O dirigente reforçou que a equipe construiu uma estrutura interna baseada em transparência e diálogo constante. “Desde o primeiro dia com cada um deles, deixamos claro nossos princípios: igualdade, esportividade e justiça. O foco é sempre nos fatos, nas informações e na colaboração. É isso que sustenta a forma como a McLaren corre hoje”, explicou.

F1 2025, Fórmula 1, GP de São Paulo, Interlagos
Foto: XPB Images

Questionado sobre a pressão que costuma crescer nas últimas etapas de um campeonato, Stella admitiu que o desafio é grande, mas destacou o ambiente positivo. “Não somos ingênuos. Sabemos que a tensão aumenta, mas trabalhamos muito bem esse equilíbrio entre competir e cooperar. Nosso papel é manter a equipe coesa e garantir que o resultado final seja fruto do trabalho conjunto.”

Na prática, a McLaren adota um modelo que valoriza o “diálogo técnico aberto” entre as duas garagens, permitindo que engenheiros de Norris e Piastri compartilhem dados e ajustes em tempo real, sem barreiras internas. O próprio Stella considera esse um diferencial em relação a outras fases da história da equipe. “Estamos vivendo algo que não víamos há muito tempo na Fórmula 1, dois pilotos que se respeitam, trocam informações e puxam um ao outro para cima”, completou.

A McLaren tenta agora transformar essa harmonia em vantagem competitiva. Com um carro rápido em qualquer condição e dois pilotos em sintonia, o time acredita que o segredo para o título pode estar menos na velocidade e mais na disciplina.

“Na Fórmula 1, vencer é difícil. Fazer isso com dois pilotos lutando entre si exige inteligência, não força. E é nisso que estamos concentrados”, finalizou Stella.

O F1MANIA.NET acompanha o GP de São Paulo de Fórmula 1 in loco, com os jornalistas Gabriel Gavinelli, Leonardo Marson e Nathalia De Vivo.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.