Charles Leclerc e Oscar Piastri saíram em defesa da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) pela longa paralisação que adiou a largada do GP da Bélgica no domingo (27). A corrida em Spa-Francorchamos foi interrompida com bandeira vermelha ainda durante a volta de formação, por conta da baixa visibilidade.
Enquanto Hamilton disse que as medidas foram exageradas, Leclerc discordou do companheiro de Ferrari e afirmou que as condições extremas exigiam cautela, principalmente em Spa, conhecido pelo histórico de acidentes graves em pista molhada. Em 2023, o holandês Dilano Van’t Hoff morreu após um acidente em condições de chuva extrema na Fórmula Regional.
“Acho que é sempre um ajuste fino. Num circuito como este, com o que aconteceu historicamente, acho que não dá para esquecer”, afirmou o monegasco após a prova. “Por esse motivo, prefiro que sejamos cautelosos a arriscar recomeçar cedo demais. É uma discussão constante, e provavelmente vamos dar esse retorno para quem tomou essa decisão, de que talvez tenha sido um pouco tarde. Mas eu não teria feito nada diferente.”
Vencedor da corrida, Oscar Piastri também reforçou a importância da prudência, mesmo ponderando se o procedimento de relargada poderia ter sido mais ágil, como pontuado por Hamilton. O australiano questionou a necessidade de quatro voltas atrás do safety car, mas reconheceu que, dada a insegurança no início, a escolha da FIA foi compreensível.

“Acho que nos últimos anos, especialmente aqui, temos dado à FIA o feedback de que preferimos muito mais o lado da segurança do que correr riscos”, afirmou. “Acho que foi isso que fizemos. Se formos ser exigentes, talvez pudéssemos ter feito uma volta a menos atrás do safety car. Mas no fim das contas, se essa volta a menos for cedo demais, vale a pena? Não.”
Piastri destacou que os pilotos nas primeiras posições têm uma percepção muito diferente da pista em comparação com quem larga mais atrás e citou até mesmo dificuldades de visibilidade com apenas um carro à frente. “Nós três somos as piores pessoas para responder isso, porque temos o menor número de carros na nossa frente”, explicou.
“Para alguém lá atrás, na primeira tentativa de largada, mesmo para mim, com apenas o Lando à frente, eu não via absolutamente nada. Dá para imaginar como era para os caras lá atrás. Sempre é difícil encontrar esse equilíbrio, porque quem está na frente tem uma visão muito melhor do que quem está no fundo do grid”, afirmou o líder do campeonato.
