Pouco após o desfecho dramático da temporada 2025 da Fórmula 1, um novo capítulo começou a ser escrito nos bastidores da categoria. Gianpiero Lambiase, o engenheiro de corrida e confidente de longa data de Max Verstappen, está em negociações avançadas com a Aston Martin para assumir um cargo de liderança sênior a partir de 2026 — e isso pode significar mais do que uma simples mudança de equipe.
Desde que assumiu o papel de engenheiro de corrida de Verstappen, Lambiase tornou-se mais do que uma voz no rádio. Foi parceiro técnico, conselheiro e, acima de tudo, um pilar emocional para o tricampeão mundial. A química entre os dois ficou evidente em momentos cruciais ao longo dos anos — e também no encerramento agridoce da temporada de 2025, quando Verstappen viu seu título escapar nas mãos de Lando Norris, que conquistou sua primeira taça em Abu Dhabi.
Logo após a bandeirada final, um diálogo marcante foi captado pelos rádios da Red Bull. Em tom emocionado, Lambiase tentou consolar o piloto holandês, dizendo-lhe para manter a cabeça erguida. A resposta de Verstappen soou tão enigmática quanto reveladora: “Mostramos para eles, uma última vez, quem é que manda.” A frase, acompanhada da visível comoção de Lambiase no pitwall, intensificou os rumores sobre uma possível despedida.
A proposta da Aston Martin e o reencontro com Newey
De acordo com fontes próximas às negociações, a Aston Martin ofereceu a Lambiase um cargo de liderança sênior, em um projeto que ganha contornos ambiciosos mirando 2026 — justamente o ano da nova era de regulamentos técnicos da F1. A proposta, segundo consta, é tentadora não apenas pelo desafio esportivo, mas também pelo reencontro com Adrian Newey, que deixou a Red Bull em meados de 2025 e agora é peça-chave no desenvolvimento técnico da equipe de Silverstone.
A movimentação, se concretizada, pode provocar um abalo significativo na estrutura da Red Bull, que já sofreu com a saída de Newey e vê agora a possibilidade de perder outro de seus pilares técnicos e emocionais.

O efeito dominó na Red Bull — e em Verstappen
Ao longo dos anos, Verstappen deixou claro o quanto a presença de Lambiase é determinante para sua permanência na Fórmula 1. Em mais de uma ocasião, o holandês foi categórico: “Se eu não puder mais trabalhar com Gianpiero, paro ali mesmo.” Essa lealdade mútua, rara no ambiente competitivo da categoria, torna qualquer decisão ainda mais delicada.
Inicialmente, esperava-se que Lambiase fosse promovido internamente na Red Bull, ocupando uma função mais estratégica dentro da organização. No entanto, a proposta da Aston Martin pode ter mudado esse cenário — e, com ela, o futuro de Verstappen dentro da equipe dos energéticos.
Uma nova era se aproxima?
A Aston Martin tem investido pesado para se consolidar como protagonista na próxima fase da F1, que começará em 2026 com nova regulamentação de motores e aerodinâmica. A contratação de Adrian Newey foi o primeiro grande movimento. A possível chegada de Lambiase seria mais uma peça de um quebra-cabeça que visa não apenas performance técnica, mas também capital humano de alto nível.
Se Lambiase realmente aceitar a proposta, abre-se um leque de questionamentos: Max Verstappen seguirá na Red Bull sem seu engenheiro de confiança? A Red Bull conseguirá manter sua estrutura competitiva após duas perdas significativas? Ou veremos um movimento ainda mais impactante, com Verstappen reavaliando seu futuro?
O paddock da Fórmula 1, ainda em clima de entressafra, assiste com atenção aos desdobramentos dessa história. O futuro de uma das duplas mais icônicas da era moderna da F1 — Verstappen e Lambiase — pode estar prestes a se separar. E, com isso, a categoria pode entrar em uma nova fase de transformação.
