Gabriel Bortoleto vem mostrando evolução em sua temporada de estreia na Fórmula 1. Após um início discreto pela Sauber, o brasileiro pontuou nas últimas três corridas e chegou aos 14 pontos, subindo para a 17ª colocação no campeonato. Com isso, deixou para trás Jack Doohan, Franco Colapinto, Oliver Bearman e Yuki Tsunoda.
O chefe da Sauber, Jonathan Wheatley, afirmou ao Motorsport.com que a sequência de resultados ajudou a reduzir a pressão que o novato colocava sobre si mesmo. “Sim, [ele coloca muita pressão sobre si], mas exatamente como o Nico, com o pódio — ele nunca teria falado sobre isso, mas isso ficaria pesando na cabeça dele até ele conseguir. E agora tirou um peso das costas. É a mesma coisa com o Gabriel em relação aos pontos”.

Wheatley disse estar “extremamente satisfeito” com a dupla formada por Bortoleto e Nico Hulkenberg, e admitiu surpresa com o pódio do alemão no GP da Grã-Bretanha. “Honestamente, ainda não consigo acreditar que aquele foi o primeiro pódio do Nico em Silverstone. Um piloto tão talentoso, pelo qual sempre tive enorme respeito, adorava assistir correr durante minha carreira. Nós tínhamos uma amizade fora das pistas porque nunca trabalhamos juntos, e agora estou conhecendo o Nico profissionalmente, na forma como ele encara cada fim de semana de corrida”.
Ele também ressaltou a importância de Hulkenberg para o desenvolvimento do brasileiro: “E, claro, ele traz uma experiência enorme e muita calma, porque já passou por isso muitas e muitas vezes — o que é, obviamente, a relação perfeita para o Gabriel também. Os dois se dão incrivelmente bem, ficam genuinamente animados um pelo outro quando têm bons resultados e quando a equipe vai bem”.
Falando sobre o brasileiro, Wheatley elogiou o amadurecimento e a postura do piloto. “No Gabriel, temos esse talento jovem incrível, que está amadurecendo de forma brilhante este ano, evoluindo. Veja ele em Mônaco, a forma como foi crescendo até a classificação e depois até a corrida. Foi uma atuação extremamente madura, e agora ele está entregando resultados. Ele tem uma ética de trabalho que eu não via há muito tempo”.
O dirigente ainda comentou o fato de o brasileiro ser bastante autocrítico com a imprensa. “Isso é bastante positivo, significa que ele está sempre pensando em como melhorar”.
Segundo Wheatley, a melhora não está ligada a mudanças significativas no carro, mas ao entrosamento e à confiança adquirida. “Obviamente, ele vinha ganhando campeonatos até chegar à F1, e foi uma adaptação ali. E com o James [Key], o Mattia [Binotto], o time na fábrica, a performance que colocamos no carro, dá para ver a confiança que ele tem no carro agora — ele consegue pilotar, consegue marcar tempos de volta consistentes”.
