Isack Hadjar revelou que apenas em 2025 conseguiu, pela primeira vez, viver financeiramente do automobilismo. O piloto francês, que terá um lugar na Red Bull Racing em 2026 após uma temporada de estreia elogiada na Racing Bulls, afirmou que, até chegar à Fórmula 1, sua trajetória foi marcada por altos custos e pouco retorno financeiro.
Em entrevista ao streamer francês Zack Nani, Hadjar foi direto ao abordar o tema: “Eu só comecei a ganhar a vida na Fórmula 1 este ano, em 2025”, disse ele. O jovem piloto explicou que, mesmo alcançando o vice-campeonato na Fórmula 2 no ano passado e garantindo sua vaga na F1 com a Racing Bulls em 2025, as categorias de base representaram mais gastos do que ganhos.
Questionado se recebeu dinheiro pelo segundo lugar na Fórmula 2, a resposta foi curta: “Não. É um sistema complicado, em que você precisa pagar para correr”, afirmou. Segundo Hadjar, nem mesmo o apoio da Red Bull Racing eliminou as dificuldades financeiras ao longo do caminho: “Claro que a Red Bull está lá para ajudar, você faz parte de uma academia, está imerso no ambiente da F1 e recebe apoio financeiro. Mas a F3 e a F2 têm custos que você não consegue bancar sozinho”, disse ele.
O francês contou que o suporte familiar foi fundamental para seguir adiante: “Minha mãe conseguiu encontrar patrocinadores para pagar parte da temporada, e a Red Bull cobriu o resto”. Ainda assim, ele deixou claro o peso desse período: “Não posso dizer tudo, mas até o ano passado foi financeiramente implacável. Sem a Red Bull, teria acabado”, afirmou.
Hadjar também refletiu sobre como a barreira financeira impactou suas experiências iniciais no esporte: “Eu realmente gostei das minhas duas primeiras temporadas no Kart, mas quando passei para algo mais sério, gostei muito menos”, admitiu. Ele lembrou que competia em desvantagem: “São lembranças ruins. Eu estava correndo contra crianças que tinham muito mais recursos financeiros do que eu”, acrescentou.

O piloto fez questão de contextualizar sua situação familiar, sem minimizar os desafios: “Não quero parecer alguém que não tinha condições, meus pais têm uma boa situação financeira”, explicou. Ainda assim, destacou a exclusividade do automobilismo. “No mundo da Fórmula 1, você é invisível. Qualquer um pode comprar uma chuteira e jogar futebol, mas começar no Kart já é difícil, e avançar para o nível profissional é algo absurdo”, completou.
Agora, às vésperas de dividir a equipe com Max Verstappen, o piloto mais bem pago da Fórmula 1, Hadjar encara um novo capítulo da carreira, após um caminho que, segundo ele, foi marcado por sacrifícios e custos elevados até chegar ao topo do automobilismo.
