Hadjar aponta características do carro da Racing Bulls e vê Interlagos como pista mais favorável após dificuldades no México e em Austin
Isack Hadjar chega ao Grande Prêmio de São Paulo com o mesmo equilíbrio característico desde sua estreia na Fórmula 1. O francês de 20 anos, piloto da Racing Bulls, reconheceu as dificuldades enfrentadas nas últimas etapas, mas acredita que Interlagos pode representar uma leve trégua para o carro. Em coletiva realizada na quinta-feira (6), Hadjar falou sobre as particularidades do circuito, os ajustes técnicos que o time precisou adotar e a meta de manter a equipe na sexta posição do Mundial de Construtores.
“Temos uma situação complicada com a forma como o carro reage nas zebras. Em Austin e no México sofremos muito com isso, e são pistas em que os trechos de baixa velocidade e as ondulações cobram caro. Nosso carro é melhor em curvas médias e de alta velocidade, e aqui em Interlagos não temos curvas como as 2 e 3 do México. Isso deve nos ajudar um pouco”, explicou o francês aos jornalistas incluindo o F1Mania.net.
Hadjar também comentou que a equipe identificou pontos de evolução após um período mais difícil na temporada. “Encontramos algumas coisas interessantes nas últimas duas corridas. Não acredito que será nosso melhor fim de semana do ano, mas deve ser mais tranquilo que os anteriores”, afirmou.
O francês adotou um tom realista ao projetar o restante da temporada. A Racing Bulls aparece atualmente em sexto lugar no Mundial de Construtores, mas vê a Williams, em ascensão nas últimas provas, ameaçando diretamente a posição. “O momento está contra nós, mas ainda somos sextos. Acreditamos que podemos reagir e manter essa posição até o fim do campeonato”, disse Hadjar, que admitiu não esperar um salto de desempenho. “Não acho que consigamos buscar o quinto lugar da Williams. Sexto está bom.”

A fala reflete um momento de transição na equipe de Faenza, que já trabalha focada no carro de 2026. O time interrompeu o desenvolvimento do modelo atual e direcionou esforços para o projeto que acompanhará a nova geração de regulamentos técnicos. “O que aprendemos neste fim de semana é importante, mas o foco maior já está adiante. Ainda assim, queremos pontuar quando houver oportunidade”, resumiu o francês.
Interlagos, com suas ondulações e clima imprevisível, é um circuito que costuma revelar boas surpresas para quem se adapta rápido. Hadjar nunca havia pilotado no autódromo paulistano, mas mostrou entusiasmo com o desafio. “É um lugar histórico. Cresci assistindo corridas aqui, especialmente a de 2012, quando tinha oito anos. Estou animado para sentir a pista pela primeira vez”, comentou.
Com apenas quatro etapas restantes no calendário, incluindo o GP de São Paulo, a Racing Bulls tenta equilibrar a necessidade de terminar bem a temporada com a urgência de preparar a transição para 2026. Em meio a isso, Hadjar mantém o olhar técnico e o discurso centrado: entender, evoluir e somar pontos sempre que o traçado permitir.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de São Paulo de Fórmula 1 in loco, com os jornalistas Gabriel Gavinelli e Nathalia De Vivo.
