A Fórmula 1 confirmou neste sábado a continuidade do GP do Azerbaijão no calendário até 2030, garantindo que o circuito urbano de Baku permaneça como uma das paradas obrigatórias da F1 por, pelo menos, mais quatro temporadas. Às margens do Mar Cáspio, o traçado de 6 km combina trechos estreitos e técnicos com retas longas e velozes, cenário que costuma produzir corridas imprevisíveis e decisões dramáticas no “miolo” histórico da cidade.
A etapa de Baku estreou na F1 em 2016, inicialmente batizada como GP da Europa, e desde 2017 passou a integrar o campeonato como GP do Azerbaijão. Ao longo desse período, o evento se consolidou como um dos mais abertos da temporada: foram sete vencedores diferentes em oito edições. O mexicano Sergio Pérez é o único piloto a ter vencido duas vezes nas ruas azeris, enquanto Lewis Hamilton, Max Verstappen e Oscar Piastri têm uma vitória cada — o australiano levou a melhor no ano passado após um duelo intenso com Charles Leclerc.
Além do grau de desafio para os pilotos, Baku também se tornou um sucesso de público e audiência. Em 2024, o fim de semana recebeu fãs de mais de 70 países e registrou audiência global de TV superior a 66 milhões de telespectadores. A assinatura da renovação até 2030 reforça esse crescimento e responde ao apelo do público, que há anos lota as arquibancadas do circuito e impulsiona números relevantes nas plataformas digitais.

No anúncio do novo acordo, Stefano Domenicali, presidente e CEO da Fórmula 1, exaltou o pacote esportivo e a receptividade local. “Há uma energia incrível em Baku, e desde 2016 a F1 é recebida com entusiasmo pelo povo do Azerbaijão. O circuito é único, com trechos técnicos e longas retas pelo litoral e pelo centro histórico, entregando corridas movimentadas todos os anos”, afirmou. Para ele, a extensão “reflete a confiança e o compromisso entre Fórmula 1, governo e promotor” e “abre caminho para um futuro empolgante no país”.
A renovação também foi celebrada pelo governo azeri. Dr. Farid Gayibov, ministro da Juventude e Esportes da República do Azerbaijão, destacou o papel do evento na projeção internacional do país. “A extensão da parceria com a Fórmula 1 assegura que continuemos como um polo global de grandes eventos esportivos e deixa um legado para as próximas gerações. O GP do Azerbaijão cresceu e hoje é uma das corridas mais aguardadas do calendário, mostrando não apenas ação na pista, mas também a beleza, a energia e a hospitalidade da nossa capital”, disse.
O Baku City Circuit é conhecido por trechos icônicos, como a passagem junto às muralhas de Icheri Sheher — a famosa “seção do castelo” —, que abriga uma das curvas mais estreitas de todo o campeonato. Essa combinação de cotovelos de baixa velocidade e retas extensas, nas quais os carros atingem altíssimas velocidades, exige um acerto preciso de aerodinâmica e freios, além de máxima concentração dos pilotos em classificações e corridas.
A história recente ajuda a explicar a aura de imprevisibilidade do GP: safety cars frequentes, janelas de pit stop estratégicas e mudanças bruscas de vento ao longo da reta principal costumam embaralhar as táticas. Não por acaso, nomes distintos subiram ao lugar mais alto do pódio desde a estreia do traçado na F1, enquanto equipes e pilotos enfatizam anualmente o cuidado com a temperatura dos pneus e a eficiência de frenagem nas curvas de 90 graus — elementos que podem decidir duelos tanto na Sprint (quando houver no calendário) quanto no domingo.
Do ponto de vista econômico e turístico, a permanência de Baku até 2030 atende ao desejo dos promotores por estabilidade de longo prazo e fortalece o mapa geográfico do campeonato, que combina clássicos europeus com palcos urbanos modernos. O compromisso também dialoga com a estratégia da F1 de consolidar etapas com forte aderência regional e potencial de crescimento em audiência e receitas, mantendo um equilíbrio entre tradição e novos mercados.
Para os torcedores, a garantia de Baku no calendário significa a continuidade de um dos Grandes Prêmios mais “fotogênicos” e técnicos da temporada. Para as equipes, é a certeza de que seguirão enfrentando um traçado que cobra acerto eficiente em baixas velocidades sem abrir mão de eficiência aerodinâmica nas retas. E para os pilotos, permanece o teste de nervos em um circuito onde um erro por alguns centímetros pode custar caro.
Com a assinatura do novo contrato, o GP do Azerbaijão reafirma seu espaço no topo do automobilismo mundial. “Continuaremos apresentando Baku como um destino esportivo vibrante, pronto para receber fãs do mundo inteiro”, resumiu Dr. Gayibov. Se depender do histórico recente, a etapa seguirá entregando corridas marcantes — e capítulos importantes nas batalhas por vitórias, pódios e títulos na Fórmula 1.
