Relatório destaca redução de emissões, combustível sustentável e apoio a iniciativas sociais
Às vésperas do início da temporada 2025 e do 75º aniversário da categoria, a Fórmula 1 divulgou um balanço sobre os avanços realizados em 2024 em relação às suas metas de sustentabilidade e impacto social.
O relatório, publicado antes da versão completa do Impact Report 2024, detalha progressos rumo ao objetivo de zerar emissões de carbono até 2030, incluindo uma redução de 13% nas emissões de carbono em comparação ao mínimo de 50% exigido até 2030, tomando como referência o ano de 2018.
A Fórmula 1 investiu em combustível de aviação sustentável, conhecido como SAF, para otimizar a logística e reduzir em cerca de 80% as emissões de carbono por voo em comparação ao combustível convencional. Em parceria com DHL e Qatar Airways, a iniciativa ajudou a cortar mais de oito mil toneladas de CO2 equivalente, uma redução de aproximadamente 19% nas emissões associadas ao transporte aéreo de carga da categoria.
Além disso, foram implementadas fontes de energia de baixo carbono, como óleo vegetal hidrotratado, biocombustíveis, painéis solares e baterias. A iniciativa foi testada em 2023 e, no ano passado, aplicada nos Grandes Prêmios da Áustria, Hungria e Itália. Em 2025, será expandida para todos os GPs europeus, reduzindo em mais de 90% as emissões de carbono em áreas-chave como paddock, pit lane e centro técnico dos eventos.
A logística das corridas foi reestruturada para minimizar deslocamentos desnecessários. O Grande Prêmio do Japão foi movido para abril, alinhando-se à sequência de etapas na Ásia-Pacífico, enquanto o Azerbaijão passou para setembro. O Grande Prêmio do Catar foi transferido para a penúltima etapa, antes de Abu Dhabi. Em 2026, o Grande Prêmio do Canadá será antecipado, consolidando a perna europeia da temporada e eliminando uma travessia transatlântica extra, reduzindo significativamente as emissões associadas ao transporte.
Outro avanço importante foi a adoção de combustíveis sustentáveis nos carros da Fórmula 2 e Fórmula 3, que operaram com 55% de combustível avançado da Aramco, enquanto os carros médicos e de segurança da FIA usaram 40%. Em 2025, a Fórmula 2 e a Fórmula 3 adotarão 100% de combustível sustentável, preparando o caminho para a Fórmula 1 implementar a tecnologia em seus novos motores híbridos em 2026.
Os pneus usados na temporada foram da Pirelli com certificação FSC, garantindo que a borracha natural utilizada respeita normas rigorosas de manejo florestal sustentável. Além disso, 80% dos promotores utilizaram fontes alternativas de energia, enquanto mais de 90% ofereceram meios de transporte mais sustentáveis aos torcedores.
Em 2024, a Fórmula 1 entrou no quarto ano do programa de bolsas F1 Engineering Scholarships, que terá beneficiado 50 estudantes de grupos sub-representados até 2025. O projeto cobre todos os custos de mensalidade e moradia, além de oferecer experiência com equipes da Fórmula 1, workshops de carreira e mentoria.
A categoria também lançou o programa global de educação Learning Sectors, em parceria com o British Council, para incentivar o estudo de disciplinas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática no Brasil, Índia, África do Sul e Reino Unido. A iniciativa começa em 2025 com 130 mil estudantes em 700 escolas.
A F1 Academy, categoria exclusivamente feminina, competiu em sete eventos da Fórmula 1 em 2024, realizando 21 corridas. Com sua parceria com a série de kart Champions of the Future, a participação feminina no automobilismo cresceu de 5% em 2023 para 25% em 2024.
O esporte também continuou promovendo programas de aprendizado e inclusão, como o Next Grand Prix Challenge, que oferece a jovens entre 16 e 18 anos a oportunidade de desenvolver habilidades de liderança por meio da simulação de uma candidatura para um novo Grande Prêmio no calendário.
Todos os promotores dos eventos de Fórmula 1 em 2024 colaboraram com organizações comunitárias locais para inspirar novas gerações. A Fórmula 1 também manteve sua parceria com a UNICEF, apoiando o Digital Learning Passport, um programa que oferece acesso à educação para crianças em áreas carentes ou zonas de conflito. A iniciativa já beneficiou mais de 10 milhões de jovens.
Com o financiamento da Fórmula 1, a UNICEF lançou versões offline do Learning Passport no México e no Brasil. No México, o programa envolveu 45 mil novos alunos em 10 estados, enquanto no Brasil 20 escolas passaram a utilizar a plataforma.
A Fórmula 1 também fortaleceu suas parcerias com instituições como British Council, Make-A-Wish International, Mission 44, Race Against Dementia e STEM Racing, fornecendo a essas organizações uma plataforma global para ampliar sua visibilidade e captação de recursos.
Na área de governança, a Fórmula 1, a FIA e as 10 equipes do grid assinaram em novembro de 2024 uma carta de compromisso com a diversidade e inclusão para tornar o esporte mais acessível. A iniciativa estabelece princípios para abrir oportunidades e atrair novos talentos para o automobilismo.
A categoria também manteve a certificação ISO 20121:2012, que garante que a sustentabilidade está integrada em todas as etapas do planejamento e execução dos eventos. Além disso, tanto a Fórmula 1 quanto suas equipes continuaram com a certificação de Três Estrelas de Sustentabilidade Ambiental da FIA, o mais alto reconhecimento da entidade para boas práticas ambientais no esporte.
Ellen Jones, chefe de ESG da Fórmula 1, destacou o impacto das ações realizadas ao longo do ano. “Inovação e comunidade impulsionaram o trabalho da Fórmula 1 em 2024. Estamos felizes em apresentar nossos avanços e continuar evoluindo nesta área. A Fórmula 1 tem uma posição única para agir de forma concreta graças ao nosso alcance global e à nossa liderança tecnológica”, afirmou.