A Alpine revelou planos que darão frutos com as novas regras da Fórmula 1 em 2026, mas destacou que também busca ganhos concretos nas próximas duas temporadas. Após um início promissor com os carros de efeito solo em 2022, terminando em quarto no campeonato de construtores, a equipe de Enstone caiu para a sexta posição em 2023. O desempenho do A523 não atendeu às expectativas, sofrendo com menos atualizações e a ascensão de McLaren e Aston Martin.
Em meio a um começo de temporada abaixo do esperado, figuras importantes como o ex-CEO Laurent Rossi, o ex-chefe de equipe Otmar Szafnauer e o diretor técnico Pat Fry, deixaram a equipe ao longo do ano. Com um motor claramente menos potente do que os otros times, o diretor técnico, Matt Harman, afirmou que o foco já está definido para 2026, mas sem esquecer os próximos dois anos.
“Decidimos focar no futuro e lidar com a atual unidade de potência nos próximos dois anos, tentando extrair o máximo dela dentro das regras”, disse Harman.
As novas regras de motores em 2026, que incluem combustíveis sustentáveis e maior eletrificação, abrem um caminho para o progresso da Alpine. A marca franco-britânica também se beneficiará de uma revisão no teto de gastos, permitindo mais investimentos em sistemas e ferramentas fundamentais em comparação com as equipes de ponta.
“Nosso foco está no futuro e nas regras de 2026, assim como nos carros que precisamos construir até lá”, acrescentou Harman. “Temos grandes ideias para isso. Também temos um grande programa em ambos os nossos sites (Viry na França e Enstone no Reino Unido) para melhorar nossas capacidades e funções.”
Harman também falou sobre os esforços para igualar mais o grid da F1: “Vimos as mudanças no teto de gastos com a FIA. Estamos totalmente financiados para alcançá-las. Vamos implementar todos esses equipamentos. Eles estarão funcionando para alimentar as regras de 2026 e também os carros bem antes disso. Estamos nos concentrando em nossas ferramentas de simulação, precisamos ser mais afiados, precisamos ser melhores em obter boas respostas para perguntas difíceis mais rapidamente.”
“O plano que temos há três anos continua o mesmo, na minha perspectiva, apenas estamos acelerando. Estamos bem financiados, temos pessoas suficientes, só precisamos focar e trabalhar duro. O simulador foi encomendado para 2026 e será instalado no próximo ano. Ficará em um prédio enorme que abrigará alguns outros desenvolvimentos interessantes, então estou muito animado com isso”, disse ele.
Apesar do foco em 2026, Harman garante que a Alpine não negligenciará as próximas duas temporadas. O início antecipado do projeto do carro de 2023, em termos de chassi e redução de peso, é um exemplo desse equilíbrio.
“Sabemos que não estávamos exatamente onde queríamos estar no ano passado”, afirmou Harman. “Sabíamos que nossos desenvolvimentos estavam um pouco estagnados no carro devido às limitações que tínhamos. Quando você sabe que está chegando a esse ponto, é melhor entender onde está no campeonato e pensar: ‘Vamos mudar o foco para o carro do próximo ano’. Fizemos isso com relativa rapidez.”
O preparo antecipado do projeto do carro em termos mecânicos e de chassi, pode ser proveitoso para a Alpine no curto prazo, mas com o desenvolvimento do chassi de 2026 proibido até 1º de janeiro de 2025, o investimento da equipe em ferramentas de simulação será crucial para o sucesso a longo prazo.