O GP de Singapura chamou a atenção não apenas pela disputa intensa, mas também pela introdução de novas asas dianteiras flexíveis por parte de Red Bull Racing e Mercedes. As imagens de televisão levantaram suspeitas de irregularidade, mas especialistas reforçam que as soluções utilizadas estão dentro do regulamento técnico da Fórmula 1.
“Sim, é verdade. Mercedes e Red Bull trouxeram uma nova asa dianteira em Singapura. Essas asas foram feitas com um tipo de fibra de carbono que permite que os flaps superiores se dobrem em alta velocidade, mas ainda passem nos testes estáticos da FIA”, afirmou o especialista técnico Bianchi, em entrevista ao GPblog.
Segundo ele, o funcionamento é relativamente simples: “Essas asas mantêm a posição em baixa velocidade e nas retas, mas sob a carga do ar, os dois flaps superiores flexionam, proporcionando vantagem em termos de velocidade.”
A FIA atualizou as regras após o GP da Espanha de 2025, determinando limites claros: sob uma carga de 100N, o plano principal não pode se mover mais de 10 mm, enquanto os flaps superiores não podem ultrapassar 3 mm de flexão sob 60N. Como as asas de Red Bull e Mercedes respeitam esses parâmetros, o uso é considerado legal.
O impacto da solução pode ser significativo: “Esse tipo de asa faz diferença, mas é o pacote todo que importa. McLaren e Mercedes projetaram seus carros para explorar esse fenômeno, enquanto a Red Bull sempre defendeu asas mais rígidas. Ainda assim, o conceito abre margem para mais opções de acerto”, comentou Bianchi.

Para a Red Bull, o novo desenho busca corrigir dificuldades em curvas de baixa velocidade: “O objetivo é gerar mais carga no eixo dianteiro, trazendo equilíbrio onde o carro vinha sofrendo. O teste decisivo será em Austin, no GP dos Estados Unidos no próximo final de semana, para avaliar se também traz ganhos em curvas de média e alta velocidade”, acrescentou.
Mercedes e Red Bull, porém, vivem situações distintas: “O carro da Mercedes ainda tem uma janela de funcionamento muito estreita, depende de condições ideais. Já a Red Bull, com as últimas atualizações, tem um carro mais completo e pode tirar mais proveito da solução”, concluiu o especialista.
Assim, apesar das críticas e suspeitas, a FIA considera que as asas flexíveis introduzidas em Singapura estão dentro das normas, permitindo que Red Bull e Mercedes explorem ganhos técnicos sem risco de penalidades.
