A McLaren enfrentou um cenário incomum antes do treino livre para o GP do Catar de Fórmula 1 nessa sexta-feira, quando precisou pedir uma exceção à FIA para poder adiar a apresentação de seus carros no pit lane, pouco antes da sessão. A situação surgiu após problemas com ambos os carros da equipe, especialmente o de Lando Norris, líder do campeonato.
O procedimento típico das equipes, exigida pela FIA, é que todas elas coloquem um dos seus carros na frente do box por uma hora, permitindo que a mídia e os fãs com credenciais de acesso ao pit lane, possam observar os carros de perto, no evento conhecido como ‘Show and Tell’. No entanto, no Circuito Internacional de Lusail, a McLaren não expôs um dos MCL39 durante a maior parte da sessão, gerando especulações. A equipe só colocou o carro de Oscar Piastri na posição mais tarde.
De acordo com informações que surgiram, a McLaren estava realizando testes não destrutivos (NDT) no carro de Norris. O jornalista da Sky Sports F1, Ted Kravitz, afirmou que a McLaren obteve uma isenção do delegado técnico da FIA, Jo Bauer, para adiar a apresentação do carro: “Eles fizeram testes não destrutivos em todas as superfícies do carro de Lando Norris”, afirmou Kravitz. “A McLaren estava verificando se havia fissuras nas superfícies do carro, o que indica que talvez tenham encontrado algum problema durante a montagem dos carros, o que os levou a realizar esses testes na manhã da sexta-feira”.

Bernie Collins, analista técnica da Sky Sports F1 e ex-estrategista chefe da Aston Martin, detalhou os motivos desses testes. Ela explicou que a maioria dos carros da F1 é feita de fibra de carbono, um material que pode sofrer rachaduras internas: “Esses danos podem ocorrer, por exemplo, se o carro bater em uma parede. O teste não destrutivo serve para verificar se há fissuras internas que possam comprometer a integridade do carro antes de ele entrar na pista”, acrescentou.
A McLaren, de acordo com a análise de Collins, pode ter optado por esse procedimento devido ao impacto que o ‘porpoising’ teve no carro de Norris na semana anterior, no GP de Las Vegas. A equipe queria garantir que o carro não tivesse sofrido danos invisíveis durante o último final de semana.
Embora o processo tenha sido incomum para uma sexta-feira de manhã, a decisão de realizar esses testes foi vista como uma medida de segurança. O objetivo era verificar se o carro de Norris estava seguro para poder ir para a pista.
