A controvérsia envolvendo as unidades de potência para a temporada 2026 da Fórmula 1, ganhou novos contornos, com alegações de que a Mercedes pode não ser a única a explorar uma possível brecha no regulamento, mas ainda assim pode sair como a maior beneficiária. A situação está gerando crescente preocupação entre os concorrentes, e a FIA agora estuda uma solução temporária para lidar com o problema.
De acordo com o jornal italiano Corriere dello Sport, a Red Bull Powertrains-Ford, também estaria tentando reproduzir um sistema que supostamente, permite aos motores alcançarem uma relação de compressão efetiva próxima a 18:1, apesar do limite regulamentar de 16:1. O segredo teria sido compartilhado por um engenheiro da Mercedes contratado pela Red Bull Powertrains-Ford há sete meses. No entanto, a Red Bull ainda não conseguiu replicar esse efeito em condições reais de corrida.
O desafio para a Red Bull Racing tem sido grande, já que a Mercedes estaria trabalhando nesse conceito há mais de um ano, acumulando uma vantagem significativa. Se essa interpretação for confirmada, a vantagem não se limitaria aos carros de fábrica da Mercedes, mas também se estenderia aos times clientes, como McLaren, Williams e o novo cliente Alpine, todos utilizando unidades de potência da marca alemã em 2026.

Segundo o Corriere dello Sport, o grande problema dessa questão, é a fiscalização. As regulamentações especificam que a verificação da relação de compressão deve ser feita a temperatura ambiente, o que cria uma área cinza quando os motores atingem as temperaturas operacionais durante as corridas. Isso abre margem para interpretações livres, o que não acontecia com os regulamentos anteriores.
Com oito carros equipados com motores Mercedes potencialmente desfrutando de uma vantagem de potência, a preocupação entre os fabricantes concorrentes cresce a cada dia. A FIA agora se encontra diante de um grande dilema: proibir o sistema poderia prejudicar gravemente a Mercedes, que teria projetado sua unidade de potência de 2026 com base nesse conceito. No entanto, permitir que a Mercedes o utilize, pode desencadear protestos e repercussões políticas quando a próxima temporada começar.
Segundo o jornal italiano, uma solução intermediária está sendo discutida: permitir que a Mercedes use o sistema em 2026, desde que se comprometa formalmente a abandoná-lo em 2027. Essa solução poderia beneficiar as equipes com motores Mercedes por uma temporada, mas já encontrou forte oposição dos concorrentes.
