A Ferrari não descarta promover mudanças importantes envolvendo Lewis Hamilton para a temporada 2026 da Fórmula 1. Após um primeiro ano difícil do britânico na equipe italiana, o chefe da Scuderia, Fred Vasseur, afirmou que todas as opções estão sendo analisadas para que o piloto consiga extrair mais desempenho no próximo ciclo.
Hamilton enfrentou uma temporada complicada em 2025, encerrando o campeonato apenas na sexta posição, com uma diferença de 86 pontos em relação ao companheiro de equipe, Charles Leclerc, que ficou em P5. Tirando a vitória na corrida Sprint no GP da China e o P3 também na Sprint em Miami, o heptacampeão de F1 não conseguiu terminar nenhuma prova entre os três primeiros, tornando-se apenas o sétimo piloto titular na história da Ferrari a passar um ano inteiro sem pódios em GPs.
Grande parte das dificuldades esteve ligada ao SF-25, um carro considerado problemático, que também impediu Leclerc de conquistar vitórias e levou a Ferrari ao quarto lugar no campeonato de construtores. Além disso, ao longo da temporada, foram visíveis alguns momentos de tensão nas comunicações de rádio entre Hamilton e seu engenheiro de corrida, Riccardo Adami.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, Vasseur explicou que a equipe precisa evoluir na forma como trabalha com o piloto britânico: “Precisamos melhorar a nossa colaboração. Ele precisa tentar tirar mais do carro que tem. Cada detalhe conta”, afirmou. Segundo o dirigente, o entendimento mútuo é fundamental: “Também é uma questão de nos compreendermos melhor. Do outro lado da garagem, já sabemos melhor o que Charles precisa e o que ele quer. Eu também preciso entender o que Lewis quer”.

Questionado se isso poderia significar uma mudança na função de Adami ou até a chegada de um novo engenheiro de corrida para Hamilton, Vasseur evitou confirmar qualquer decisão: “Avaliamos todas as opções”, limitou-se a dizer.
O chefe da Ferrari também voltou a admitir que subestimou o impacto da transição de Hamilton da Mercedes para a equipe de Maranello. “Eu subestimei a dimensão dessa mudança. Por vinte anos, ele esteve ligado ao mundo Mercedes”, reconheceu. Vasseur destacou que praticamente tudo foi diferente para o piloto: “Cultura, métodos, softwares, componentes, pessoas. E se você não está no máximo em todas as áreas, acaba perdendo décimos”, acrescentou.
Segundo ele, essas pequenas perdas tiveram grande peso ao longo da temporada: “A diferença entre o quinto e o décimo quinto colocado neste ano foi mínima”, concluiu o francês, destacando como detalhes custaram posições importantes tanto nas sessões de classificação quanto nas corridas.
A admissão de Vasseur vai ao encontro de declarações feitas pelo próprio Hamilton anteriormente, quando o piloto britânico reconheceu que também não havia percebido plenamente o tamanho do desafio que enfrentaria ao trocar a Mercedes pela Ferrari.
