F1: Estratégias e pneus do GP da Hungria, em Hungaroring

Degradação térmica, variedade de escolhas e testes para 2026: Hungaroring desafia pilotos e engenheiros na reta final antes da pausa de verão europeu

A temperatura como inimiga dos pneus
O circuito de Hungaroring recebe neste fim de semana o Grande Prêmio da Hungria, 14ª etapa da temporada 2025 da Fórmula 1. Além de marcar a última corrida antes da pausa de verão, a etapa é tradicionalmente uma das mais exigentes para os pneus — por conta da combinação entre clima quente, voltas curtas e pouca ventilação no traçado fechado.

Assim como no ano passado, a Pirelli escolheu os três compostos mais macios da sua gama principal: C3 (duro), C4 (médio) e C5 (macio). Apesar da introdução do novo composto C6 em 2025, ele foi considerado extremo demais para as características da pista húngara.

Hungaroring tem um traçado de média e baixa velocidade, com curvas encadeadas e poucas retas. Ainda assim, o circuito impõe uma alta densidade energética por volta — ou seja, os pneus sofrem estresse contínuo, mesmo que as cargas não sejam tão altas em termos absolutos. A degradação é predominantemente térmica e se agrava com o calor ambiente e a superfície da pista. Em 2024, o GP da Hungria registrou a maior temperatura de pista da temporada: 58,6 °C.

O novo asfalto e suas implicações
A etapa deste ano traz mais um desafio: parte do circuito foi recapeada com um novo tipo de asfalto, desenvolvido especificamente para melhorar a resistência térmica. A área do grid de largada e o pit lane foram cobertos com 860 toneladas de uma mistura especial de betume com ponto de fusão mais alto, pensada para reduzir ondulações e fornecer uma superfície mais uniforme e previsível.

Esse tipo de asfalto, mais escuro e denso, absorve mais calor — o que pode elevar ainda mais a temperatura da pista e acelerar o desgaste dos pneus. A nova pavimentação já foi testada em corridas de carros GT no início de julho, e os dados serão monitorados de perto ao longo do fim de semana para verificar os níveis de aderência e comportamento dos compostos.

F1 2024, Fórmula 1, GP da Hungria, Budapeste, Hungaroring
Foto: XPB Images

Estratégias variadas: o que esperar em 2025
No ano passado, a maioria dos pilotos adotou estratégias de duas paradas, com o composto médio (C4) apresentando o melhor desempenho. A largada também foi marcada por diferentes escolhas: 13 pilotos começaram com o médio, quatro com o macio e três com o duro.

Yuki Tsunoda foi o único a concluir a prova com apenas uma parada, enquanto outros pilotos optaram por três, incluindo stints curtos com pneus C5 no fim. A Aston Martin, por sua vez, apostou em uma abordagem alternativa: Alonso e Stroll utilizaram os três compostos disponíveis durante a corrida, baseando-se em um plano próprio de coleta de dados nos treinos livres. Stroll ainda registrou o stint mais longo com pneus macios — 14 voltas.

Com as temperaturas elevadas previstas novamente para este fim de semana e um novo asfalto que pode alterar os níveis de aderência, a expectativa é de mais uma prova com múltiplas abordagens estratégicas, especialmente entre os times de meio de pelotão.

Testes da Pirelli para 2026
Logo após o GP, Hungaroring será o palco de dois dias de testes com foco no desenvolvimento dos pneus de 2026. Nos dias 5 e 6 de agosto (terça e quarta-feira), Alpine, Ferrari, McLaren e Racing Bulls estarão na pista para colaborar com a Pirelli.

O objetivo é avaliar a construção dos novos pneus e testar alguns compostos protótipos, com homologação prevista até dezembro. A participação das equipes será dividida: a Alpine testará nos dois dias, enquanto as demais estarão presentes em apenas um. Esses testes fazem parte de um cronograma mais amplo, que ainda prevê sessões em Monza, Mugello e na Cidade do México.

F1 2024, Fórmula 1, GP da Hungria, Hungaroring, Budapeste
Foto: XPB Images

Desafio técnico antes da pausa
Com seu traçado travado, evolução de pista acentuada ao longo do fim de semana e exigência extrema sobre os pneus, Hungaroring mais uma vez se coloca como um dos desafios técnicos mais complexos da temporada. E se o desempenho puro dos carros tende a ser nivelado em pistas mais lentas, o fator estratégico — tanto no cuidado com os pneus quanto nas decisões durante a corrida — pode ser o elemento decisivo nesta etapa final antes do merecido descanso da Fórmula 1.

Acompanhe todas as atividades do Grande Prêmio da Hungria ao vivo e em tempo real no F1Mania.net.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.