F1: Entenda a cronologia da queda de Christian Horner na Red Bull

A Red Bull causou um alvoroço no mundo da Fórmula 1 ao anunciar, nesta quarta-feira (9), a saída imediata de Christian Horner como CEO e chefe de equipe após 20 anos de trabalho. Mas, existe uma linha do tempo que se inicia ainda em 2018, anos antes dos quatro títulos de Max Verstappen, que pode explicar o “efeito borboleta” que levou afim do casamento entre Horner e o time austríaco.

2018 – O primeiro passo?

O ano era 2016. Horner já tinha quatro títulos com a sensação Sebastian Vettel e a Red Bull buscava retomar o ritmo com Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat. Porém, no GP da Espanha, a estreia avassaladora de Max Verstappen, que venceu em sua primeira corrida com a equipe, mudaria o rumo da Red Bull. Ricciardo e o holandês pareciam formar uma dupla perfeita, sendo consistentes e conseguindo bons resultados.

Entretanto, o ano de 2018 expôs uma “fratura” na equipe: Verstappen estava claramente sendo uma preferência. E assim, depois de um ano conturbado, Ricciardo deixou o posto rumo à Renault, atual Alpine. Iniciava-se uma crise que duraria até hoje e que expõe uma das grandes fraquezas da administração Horner: a inconsistência dos segundos pilotos da Red Bull.

F1: Entenda a cronologia da queda de Christian Horner na Red Bull
Foto: Mark Thompson/ AFP Photo

2019 e 2020 – Dois pilotos, duas decepções

Até a saída de Ricciardo, a Red Bull continuou a apostar em seus jovens talentos, com Pierre Gasly. O francês, que foi promovido da Toro Rosso (atual Racing Bulls), durou apenas 12 corridas. Então, Horner optou por repetir a fórmula: subir por outro piloto da Toro Rosso, Alexander Albon. Mas, a pressão de andar ao lado de Verstappen era grande, e, mesmo após conseguir fazer a temporada de 2020 completa, o tailandês não agradou e deixou a equipe.

2021 – A equipe volta aos eixos

Sem opções nas equipes menores, Horner resolveu quebrar a tradição de promover pilotos da própria academia da Red Bull. O mexicano Sergio Pérez, muito experiente, foi o escolhido para estar ao lado de Verstappen. A parceria parecia ter dado certo: naquele ano, Verstappen venceu seu primeiro campeonato com auxílios cruciais de Pérez.

F1: Entenda a cronologia da queda de Christian Horner na Red Bull
Foto: XPB Images

Nos anos seguintes, Pérez teve desempenhos mornos. Sem conseguir alcançar Verstappen, ele se manteve como “escudeiro”, não conseguindo disputar pelo título. Em 2023, o holandês fez um campeonato esmagador com o vitorioso RB21, superando companheiro de equipe por 290 pontos, deixando claro que o ritmo de Pérez era muito inferior.

A Red Bull começou a perder peças importantes em seu tabuleiro da F1: Rob Marshall, um dos principais engenheiros no desenvolvimento dos carros de sucesso, anunciou sua saída para a McLaren. A perda foi sentida, mas o time ainda tinha Adrian Newey, até então, inabalável.

2024 – A crise se escancara

Se 2023 foi um ano esmagador, 2024 mostrou todas as fraquezas dentro da Red Bull. Verstappen venceu o campeonato, mas o desempenho de Pérez fez com que a equipe perdesse o título de construtores para a McLaren. Além disso, o carro mostrava sinais de perda de desempenho. Os dias de Pérez estavam contados, mas não era só isso. Horner passou por um momento de instabilidade após uma acusação de assédio, que acabou não indo para frente.

Mas o golpe veio em maio, quando Adrian Newey, o gênio por trás dos carros campeões da Red Bull, anunciou sua saída para a Aston Martin. O choque foi inevitável. Sem seu projetista lendário, a equipe perdia não só expertise, mas também parte de sua identidade.

Adrian Newey (GBR) Aston Martin F1 Team Managing Technical Partner.
Foto: XPB Images

Depois foi a vez de Jonathan Wheatley, diretor esportivo desde 2006, deixou a equipe para assumir o comando da futura Audi (Sauber). Pouco depois, Lee Stevenson, chefe de mecânicos de Verstappen, também partiu. O clima nos boxes já não era o mesmo.

2025 – O golpe final

O ano de 2025 mostrou que a Red Bull se desfez em apenas dois anos após seu melhor desempenho da história. Com um carro fraco, Verstappen passou a reclamar constantemente. Liam Lawson substituiu Sergio Pérez, mas foi trocado em apenas duas corridas. Yuki Tsunoda assumiu o volante, mas vem tendo um desempenho muito abaixo do esperado.

Com o descontentamento de Verstappen aparente, rumores começaram a surgir. A situação se inflamou quando a imprensa confirmou as conversas entre Toto Wolff, CEO da Mercedes, e o holandês. George Russell endossou os rumores no GP da Áustria.

Max Verstappen (NLD) Red Bull Racing RB19 celebrates with the team with Sergio Perez (MEX) Red Bull Racing RB19 and Christian Horner (GBR) Red Bull Racing Team Principal after winning the 2023 Constructors Championship.
Foto: XPB Images

Após um GP da Inglaterra decepcionante, a cúpula da Red Bull decidiu agir e Horner foi demitido com efeito imediato, marcando um fim abrupto para uma história de 20 anos que rendeu os oitos títulos de pilotos que a equipe conquistou. Teria a Red Bull se tornado vítima de seu maior sucesso?



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.