F1: Domenicali detalha condições para África retornar ao calendário da categoria

O CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, reiterou o firme objetivo da categoria de realizar um GP na África, mas admitiu que garantias fundamentais ainda precisam ser asseguradas antes que o projeto se concretize. As discussões sobre o retorno da F1 ao continente africano têm sido constantes nos últimos anos.

Ruanda surgiu como uma potencial sede para a corrida, nos arredores de sua capital, Kigali, próximo ao Aeroporto Internacional de Bugesera, atualmente em construção. No entanto, um dos principais candidatos é o icônico circuito de Kyalami, localizado ao norte de Joanesburgo, que sediou a última edição do GP da África em 1993. Uma terceira opção em avaliação, é a criação de um circuito de rua na Cidade do Cabo.

Apesar das especulações sobre uma possível paralisação das negociações, Domenicali, que recentemente estendeu seu contrato para permanecer no comando da F1, negou veementemente essa afirmação em entrevista ao Autosport.

“Essa não é a palavra certa”, disse Domenicali. “Antes de dar esse passo, precisamos de garantias em três frentes: investimento que beneficie a comunidade além da presença da F1, infraestrutura (não apenas um circuito, mas hotéis, estradas, aeroportos), e uma base econômica que possa sustentar o evento a longo prazo.”

“Não estamos em modo de espera, estamos trabalhando para avaliar o que ainda falta antes que possamos dizer: ‘Ok, vamos nessa’. Mas ainda não chegamos lá”, afirmou o dirigente.

Domenicali também comentou sobre o modelo de promoção do GP de Las Vegas, sugerindo que o continente africano poderia adotar uma abordagem semelhante para viabilizar o evento. Ele elogiou o sucesso da etapa americana, apesar dos altos custos para a comunidade local.

“Tem sido um grande sucesso”, afirmou Domenicali sobre o GP de Las Vegas. “Mas como em qualquer novo projeto, não se pode esperar recuperar o investimento imediatamente. Se julgarmos o evento em si, Las Vegas foi claramente uma vitória para a F1. Além da exposição midiática, nos ajudou a garantir acordos comerciais que seriam difíceis de conseguir de outra forma”, acrescentou.

O CEO reconheceu os custos elevados para a comunidade de Las Vegas, mas destacou que a prova passou a ser gerida centralmente pela organização da Fórmula 1, com o objetivo de acelerar o retorno sobre o investimento e aumentar o envolvimento de investidores locais. Ele destacou o impacto econômico significativo do final de semana de corrida em Las Vegas nos últimos dois anos, superando até mesmo o Super Bowl.

Domenicali reiterou a importância de continuar investindo e acreditando no potencial de crescimento da F1 nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se mantém o foco no projeto de levar a categoria de volta à África, preenchendo a lacuna de um sexto continente no calendário da Fórmula 1, sem aumentar o número máximo de 24 corridas por temporada.

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