F1 discute fim da “licença de jardinagem” para funcionários trocarem de equipe

Encontrar e manter profissionais qualificados é um desafio constante para as equipes de Fórmula 1. Um dos principais entraves é a chamada ‘licença de jardinagem’, período de inatividade obrigatório imposto no contrato de alguns funcionários, antes que possam começar a trabalhar em uma nova equipe.

O caso de David Sanchez, que deixou o cargo de diretor técnico na McLaren após apenas três meses, reacendeu o debate sobre essa ‘licença’. A McLaren precisou se reorganizar mais uma vez para suprir a lacuna deixada por Sanchez.

James Vowles, novo chefe da Williams, acredita que a ‘licença de jardinagem’ de um ano é excessiva. “Em primeiro lugar, um ano é muito tempo na Fórmula 1. É esse o período que normalmente temos que esperar para a chegada de talentos de ponta”, afirmou Vowles, que está em fase de reconstrução na Williams.

Vowles reconhece que a própria Williams enfrenta o mesmo problema. “Estamos na mesma situação. Contratamos diversas pessoas, mas vai levar um tempo até que elas possam começar a trabalhar. Por isso, precisamos seguir em frente e continuar desenvolvendo a organização.”

Para Vowles, a estabilidade a longo prazo é mais importante do que resultados imediatos. “É por isso que eu continuo dizendo que 2024 e 2025 não são os anos mais importantes. O que importa é criar estabilidade e alicerces sólidos para o futuro. E uma parte fundamental disso é criar funções e estruturas que estejam corretas daqui a dois anos, não apenas para o momento atual”, concluiu.

O debate sobre a ‘licença de jardinagem’ na F1 ganha força. Enquanto alguns argumentam que o período de inatividade protege segredos comerciais, outros como Vowles, acreditam que isso atrapalha a dinâmica das equipes e a contratação de talentos. O futuro dirá se a categoria vai seguir o caminho de abolir essa prática.



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