A temporada de 2024 na Fórmula 1 trouxe à tona uma questão recorrente na Red Bull Racing: a dificuldade dos pilotos que não são Max Verstappen, em manter um desempenho consistente com a equipe. Sergio Perez foi duramente criticado após uma série de resultados ruins, especialmente na segunda metade da temporada. No entanto, à medida que o tempo passou, ficou claro que o mexicano não era o único responsável pelos fracassos da equipe.
Perez enfrentou pressões internas e externas, com críticas tanto dos jornalistas quanto de membros de alto escalão da Red Bull, incluindo o ex-consultor do time, Helmut Marko. Mesmo quando o mexicano conquistou um pódio, o foco da mídia estava sempre em suas falhas, e após o GP do México de 2024, onde ficou em oitavo lugar, ele foi dispensado pela equipe. A Red Bull seguiu tentando encontrar o piloto ideal para ocupar o segundo carro, mas seus sucessores também enfrentaram dificuldades.
Liam Lawson, que entrou no lugar de Perez no início da temporada 2025 da Fórmula 1, não conseguiu se destacar e foi substituído por Yuki Tsunoda após apenas as duas primeiras corridas do ano. Mas Tsunoda também não conseguiu reverter a situação, e assim, mais uma vez, a Red Bull teve que dispensar um piloto que não foi capaz de se equiparar nem mesmo ao desempenho de Perez durante seu pior momento na equipe.

A dependência de Verstappen, que se tornou o centro das atenções da equipe, tem gerado um impacto negativo para os pilotos que dividem a garagem com ele. A equipe tende a ouvir mais as sugestões do holandês, que com seus quatro títulos conquistados, se tornou a principal referência da Red Bull. Isso, no entanto, cria um ambiente onde os outros pilotos estão constantemente lutando para se adaptar ao que parece ser um carro feito sob medida para Verstappen. Isso foi evidente com Perez, que obteve vitórias quando o carro se adequava ao seu estilo, mas teve dificuldades quando a situação mudou.
Dessa forma, Isack Hadjar, o promissor piloto da Racing Bulls, que teve um bom desempenho em sua temporada de estreia em 2025, se encontra diante de um grande desafio no próximo ano, sendo companheiro de equipe de Verstappen no time principal. Embora tenha mostrado talento e uma mentalidade vencedora, Hadjar terá que provar que pode se destacar dentro de um sistema que claramente (apesar das negativas da equipe) prioriza o piloto holandês. Caso contrário, ele pode se ver em uma situação similar à de seus antecessores, com sua carreira na Fórmula 1 correndo risco de ser prematuramente encerrada pela pressão interna e pela dependência excessiva de Verstappen.
