A classificação do GP do Azerbaijão 2025 entregou exatamente o que a Fórmula 1 costuma proporcionar nas ruas de Baku: caos, surpresas e números para guardar. Em quase duas horas de sessão, marcada por um recorde de seis bandeiras vermelhas, Max Verstappen confirmou a pole, mas a história do sábado foi escrita em fatos e estatísticas. A seguir, reunimos os principais dados que ajudam a explicar a sessão mais agitada do ano — perfeita para quem gosta de mergulhar nos bastidores de desempenho e tendências do grid.
• A sessão durou 1h58min, mais longa que a corrida do ano passado.
• Seis bandeiras vermelhas: novo recorde em classificação (supera Imola/2022 e São Paulo/2024, ambas com cinco). Foram três interrupções na Q1, uma na Q2 e duas na Q3.
• Verstappen chegou à sua sexta pole em 2025 — primeira em Baku e a primeira da Red Bull no circuito.
• A margem da pole (0s478) foi a maior no Azerbaijão desde 2016.
Williams renasce na primeira fila
• Carlos Sainz garantiu a P2 — primeiro lugar na primeira fila para a Williams desde George Russell na Bélgica/2021.
• A última vez que a Williams largou fisicamente na primeira fila havia sido em Monza/2017 (Lance Stroll).
• É o primeiro top-4 da equipe em Baku. Sainz também quebrou uma sequência: apenas sua segunda Q3 nas últimas 10 etapas.
• Verstappen e Sainz dividirão a primeira fila como ex-companheiros que estrearam juntos em 2015.

Faenza em alta e McLaren fora do top 6
• Liam Lawson classificou-se em P3 — é o sexto top-3 de largada da equipe de Faenza em 40 anos.
• Kimi Antonelli (P4) superou George Russell (P5) pela segunda vez em qualificação para GP em 2025; Russell, por sua vez, largará em P5 pela sexta vez no ano e mantém um curioso padrão: toda vez que fez Q3 em Baku, foi P5.
• Yuki Tsunoda (P6) obteve sua melhor classificação do ano e a primeira top 6 da Red Bull na temporada.
• Lando Norris em P7: é a primeira vez desde o Bahrein/2024 que a McLaren não coloca um carro no top 6 em qualificação.
• Isack Hadjar (P8) ajudou a Racing Bulls a emplacar os dois carros na Q3 pela quarta vez nas últimas cinco etapas.
Erros, toques e consequências no Q3
• Oscar Piastri bateu e ficou em P9 — seu pior grid desde Las Vegas/2023, quebrando sequência de largadas no top 4.
• Charles Leclerc também bateu e sai em P10, após quatro poles seguidas em Baku.
Veteranos e estreantes no meio do pelotão
• Fernando Alonso (P11) teve sua pior classificação no Azerbaijão desde 2018; é apenas a terceira vez nas últimas 11 etapas que ele não vai à Q3.
• Lewis Hamilton (P12) ficou fora da Q3 pela quinta vez em 2025.
• Gabriel Bortoleto (P13) igualou o melhor grid da Sauber no Azerbaijão e superou Nico Hülkenberg pela sétima corrida consecutiva em qualificação.
• Lance Stroll (P14) escapou da Q1 apenas pela segunda vez nas últimas oito corridas.
• Ollie Bearman levou a melhor sobre Esteban Ocon (9–8 em qualificação no ano) ao avançar à Q2.
Aperto na Alpine e números incômodos
• Franco Colapinto voltou a superar Pierre Gasly — agora em etapas consecutivas.
• Hülkenberg sofreu sua 11ª eliminação na Q1 na temporada, igualando Stroll como quem mais caiu no primeiro segmento.
• Ocon (P18) vai largar de P18 ou pior pelo terceiro ano seguido em Baku.
• Gasly não parte acima de P17 no Azerbaijão desde 2022 — a Alpine caiu com os dois carros na Q1 pela segunda corrida consecutiva.
• Alex Albon também ficou na Q1; nas duas vezes em que isso ocorreu em 2025 (Bahrein e Hungria), ele terminou fora da zona de pontuação.
Em um sábado de estatísticas pesadas — de duração inédita a uma coleção de bandeiras vermelhas —, Verstappen confirmou o favoritismo, mas o desenho do grid promete história diferente no domingo. Williams e Racing Bulls capitalizaram o caos, a McLaren terá trabalho para escalar e Ferrari viverá um jogo de paciência com Leclerc a partir de P10. Em Baku, números contam muito — e costumam ser apenas o começo da narrativa.
