F1: Críticas crescem e FIA vai rever diretrizes sobre penalidades

A FIA vai revisar as diretrizes de corrida na Fórmula 1 durante o final de semana do GP do Catar, depois de a punição aplicada a Oscar Piastri no GP de São Paulo, ter gerado forte insatisfação entre os pilotos da categoria.

Em Interlagos, Piastri recebeu dez segundos por ser considerado culpado no incidente que envolveu Kimi Antonelli e Charles Leclerc no S do Senna. Os comissários justificaram a decisão afirmando que o australiano não estava à frente na tangência da curva, e que Antonelli, portanto, não tinha obrigação de deixar espaço pela linha interna.

A penalidade foi apenas mais uma, de uma sequência de decisões dos comissários contestadas pelos pilotos da categoria, e o tema será levado para a tradicional reunião anual entre pilotos e FIA no Catar. Carlos Sainz, diretor da GPDA (Associação de Pilotos de Grand Prix), foi direto ao criticar o cenário atual: “Precisamos urgentemente de uma reunião. Para mim, o fato de Oscar ter recebido uma penalidade no Brasil é inaceitável para a categoria em que estamos”, afirmou em Las Vegas. “Todo mundo que já assistiu a uma corrida sabe que a culpa não era do Oscar… ele não poderia ter feito nada. Para mim, isso é algo que não entendo”.

Sainz citou outros episódios recentes: “Não entendi minha penalidade em Zandvoort, não entendi por que Ollie (Oliver Bearman) recebeu uma penalidade quando nós dois colidimos em Monza”. Segundo o espanhol, as decisões tomadas em 2025 mostram que o processo atual está longe do ideal.

A FIA aceitou discutir o tema no Catar para buscar um refinamento nas diretrizes, embora os comissários já tenham liberdade para contrariá-las quando julgarem necessário. Sainz reconheceu que a entidade lida com uma situação complexa, já que as regras foram criadas para aumentar a consistência, objetivo que, na visão dele, não vem sendo alcançado.

Carlos Sainz (ESP) Atlassian Williams Racing FW47.
Foto: XPB Images

O piloto da Williams defendeu a implementação de comissários permanentes, com experiência de corrida: “Se tivéssemos três caras fixos, como temos um diretor de prova fixo, criaríamos uma memória de como eles tendem a aplicar as penalidades. Mesmo sem diretrizes, sabemos quando a culpa é de alguém ou quando é apenas um erro de corrida”, acrescentou.

Alex Albon, companheiro de Sainz na Williams, foi mais cético quanto à possibilidade de um modelo único satisfazer todas as partes, mas reconheceu o esforço da FIA: “A sensação é de que a FIA está tentando encontrar uma solução. Eles têm a mente aberta, e nós agradecemos isso. Mas será que chegaremos a um conjunto claro de regras? Não tenho certeza”, afirmou.

Ele também destacou que o excesso de regulamentos tem dificultado o uso do bom senso, desenvolvido pelos pilotos desde o Kart: “Quando havia menos regras, havia mais interpretação… Agora são camadas e mais camadas de regras. Tudo fica confuso. Eu preferiria regras mais simples, mas sei que isso aumenta a obscuridade”, finalizou Albon.



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