A ex-dirigente da Williams, Claire Williams, saiu em defesa de Lewis Hamilton, e afirmou que o britânico ainda pode fazer sua passagem pela Ferrari funcionar, apesar do início muito abaixo do esperado. O heptacampeão de Fórmula 1 atravessa um ano difícil, pois em vinte e uma corridas pela equipe italiana, ainda não alcançou um pódio em GPs.
O GP de São Paulo representou mais um golpe na temporada. Hamilton ficou apenas no Q2, e também foi eliminado no SQ2, antes de se envolver em dois incidentes na primeira volta, que resultaram em danos significativos no assoalho e o levaram ao abandono. Após a corrida, ele desabafou dizendo que seu sonho de correr pela Ferrari havia se transformado em um pesadelo.
A situação, somada ao desempenho fraco da equipe no Brasil, com o abandono dos dois carros do time, motivou a dura cobrança do presidente John Elkann, pedindo que Hamilton e Charles Leclerc, ‘se concentrem em falar menos e pilotar mais’, uma declaração que gerou desconforto na Scuderia e muitas críticas ao dirigente.
Questionada sobre o desabafo do britânico, Claire Williams destacou o tamanho do desafio enfrentado por Hamilton: “Acho que todos subestimamos o quanto é difícil para um piloto mudar de equipe na Fórmula 1. Lewis ficou muito, muito tempo na Mercedes. Quando chegou lá, era um time praticamente novo, que ele pôde moldar de certa forma. Agora ele foi para uma estrutura completamente diferente, com uma cultura totalmente distinta”, afirmou.
Ela destacou que entrar na Ferrari exige adaptação, até mesmo de quem tem uma carreira tão sólida quanto a de Hamilton: “A Ferrari é italiana, tem os ‘tifosi’, e funciona de um jeito muito próprio. Mesmo alguém do calibre e da experiência de Lewis precisa de tempo para se ajustar. Ele quis ir para a Ferrari para realizar o sonho de infância de praticamente todo piloto: vestir o macacão vermelho com o cavalo empinado”, acrescentou.
Com a equipe caminhando para seu pior resultado no campeonato de construtores desde 2020, o foco já está em 2026, quando entram em vigor novas regras técnicas da categoria. Williams reconhece que o risco de um novo projeto fraco existe, como ocorreu em 2014, mas acredita que o britânico ainda merece voto de confiança: “Temos de dar mais tempo e ver o que acontece em 2026. Às vezes essas mudanças dão certo, às vezes não, mas se alguém pode fazer isso funcionar, provavelmente é Lewis Hamilton”, completou.
GP de Abu Dhabi