O chefe da Williams, James Vowles, propôs uma ideia ousada para o futuro da Fórmula 1: reduzir o formato atual de três dias de atividades para apenas dois, concentrando toda a ação de pista no sábado e no domingo. A sugestão surge em meio ao crescimento da popularidade da categoria e ao aumento de circuitos interessados em receber etapas no calendário.
Atualmente, os fins de semana de corrida da F1 seguem o formato tradicional: duas sessões de TL (TL1 e TL2) na sexta-feira, TL3 e classificação no sábado e corrida no domingo. Desde 2021, no entanto, a categoria vem experimentando mudanças no formato com a introdução das corridas Sprint, que ampliaram o número de eventos com atividades intensas já na sexta.
Para 2026, a Sprint em Singapura chamou atenção no paddock, já que o circuito de Marina Bay é notoriamente difícil para ultrapassagens e apresenta variações importantes de aderência entre o dia e a noite. Apesar disso, Vowles minimizou as preocupações sobre a escolha da praça.
“Eu não me importo onde elas acontecem, está absolutamente ok ser aqui”, afirmou Vowles durante o fim de semana em Singapura. “É verdade que ultrapassar é difícil, mas essas corridas foram pensadas para safety cars e situações mais imprevisíveis. Ainda não tivemos uma Sprint em que alguém pare no safety car e lute para vir de trás. Singapura pode ser esse cenário no ano que vem.”
Embora apoie a manutenção das corridas Sprint no calendário, Vowles defendeu que a Fórmula 1 poderia dar um passo além: concentrar todo o evento apenas em dois dias. Para ele, a mudança poderia abrir espaço para aumentar o número de etapas ao longo da temporada, reduzindo o impacto logístico sobre equipes e funcionários.

“O que vemos nos fins de semana de Sprint é que os números sobem, as audiências aumentam”, explicou. “Então, em geral, é um sucesso. Eu sou alguém que gostaria de debater se não deveríamos migrar para um fim de semana de dois dias, sábado e domingo.”
A proposta de Vowles inclui a redução ou até mesmo o corte das sessões de treinos livres, privilegiando apenas as atividades que geram mais engajamento do público. “Reduzir a quantidade de treinos livres e transformar tudo em espetáculo. Ao fazer isso e devolver 24 dias para as equipes ao longo do ano, seria possível realizar mais fins de semana de corrida, se desejado”, afirmou.
Segundo ele, seis Sprints por temporada é um número adequado para manter o equilíbrio entre calendário, logística e atratividade para os fãs. A ideia, embora ainda distante de qualquer aplicação prática, reflete um debate crescente nos bastidores da Fórmula 1 sobre o formato ideal para manter o esporte competitivo, atraente e sustentável.
A redução para dois dias também poderia facilitar a entrada de novos circuitos no calendário, já que diminuiria os custos e a complexidade logística de cada etapa. Atualmente, a F1 enfrenta um número crescente de locais interessados em sediar corridas, mas as limitações logísticas e de duração da temporada são obstáculos significativos.
“É uma sugestão diferente, um pouco fora da caixa”, finalizou Vowles. “Mas acredito que faria sentido para todos: equipes, promotores, fãs e para a própria Fórmula 1.”
A ideia ainda deve gerar discussões dentro do paddock, especialmente entre dirigentes, promotores e a Liberty Media, proprietária dos direitos comerciais da categoria. Uma eventual mudança para um formato de dois dias representaria uma das maiores revoluções no cronograma da F1 moderna.
