F1: Chefe da Williams, James Vowles, volta a guiar e testa GT3 na Espanha

James Vowles, chefe de equipe da Williams na Fórmula 1, trocou por um fim de semana o muretão pelo cockpit. O britânico participou de um teste de dois dias no Circuito de Navarra, na Espanha, conduzindo um McLaren 720S GT3 Evo preparado pela Garage59. A experiência, segundo ele, foi “fantástica” e serviu para matar a saudade de guiar carros de GT em ambiente competitivo.

“Foi um ‘fantastic two days’”, resumiu Vowles. “A maior parte do tempo em pista foi em condições secas, e o traçado é muito técnico. Foi ótimo reencontrar uma equipe com a qual tenho uma história forte.” A equipe Garage59 tem longa tradição em programas GT3 e recebeu o dirigente-piloto para a bateria de voltas e ajustes finos do carro.

Acostumado ao papel de estrategista e líder de operações na F1, Vowles reconheceu que precisou mudar a chave mental para extrair o melhor do McLaren 720S GT3 Evo. “Eu estava ‘enferrujado’ no começo, depois de alguns anos longe do cockpit”, admitiu. “Mas fiquei muito feliz com onde chegamos após dois dias de testes.”

O relato do britânico revela também como foi o processo de adaptação. “Tive que ‘pendurar’ a maior parte do meu cérebro de engenheiro e focar em pilotar — e amei cada segundo”, afirmou. A frase dá a medida do quanto a vivência atrás do volante segue relevante até mesmo para quem, no dia a dia da F1, lidera decisões técnicas e esportivas de uma das equipes mais tradicionais do grid.

Vowles não é um estranho ao ambiente dos protótipos e carros de turismo. Entre seus compromissos notáveis ao volante estão participações na Asian Le Mans Series em 2022, além de passagens por programas de GT3 e GT4. Em Navarra, ele voltou a percorrer o processo completo de um teste: aquecimento, sequências de stints, checagem de telemetria e a busca por constância de ritmo.

A combinação pista seca e traçado técnico em Navarra ofereceu um laboratório ideal. Em testes desse tipo, pilotos e engenheiros focam em mapa de motor, freios, acerto aerodinâmico e equilíbrio de pneus ao longo de stints mais longos. Embora Vowles não tenha revelado tempos, o objetivo declarado foi recuperar sensações, calibrar referências de frenagem e, principalmente, voltar a pilotar no limite de forma progressiva.

A presença de um chefe de equipe da F1 num teste de GT3 também chama atenção por aproximar novamente a tomada de decisão do lado prático do automobilismo. Ao vivenciar a evolução de aderência volta a volta, o desgaste do composto e as mudanças de comportamento com tanque cheio ou vazio, Vowles reforça uma visão direta sobre temas que, na F1, ele normalmente enxerga via rádio e planilhas.

F1: Chefe da Williams, James Vowles, volta a guiar e testa GT3 na Espanha
Foto: Divulgação / GT World Challenge

O McLaren 720S GT3 Evo da Garage59 é um carro concebido para extrair performance com regulagens finas de aerodinâmica e suspensão. Em um circuito como Navarra — que alterna curvas de baixa e média velocidade, chicanes e trechos de frenagem forte — a leitura do piloto é crucial para transformar pequenos ajustes em ganho real de tempo por volta. Foi exatamente essa “tradução” pista-garagem que Vowles destacou ao avaliar o retorno ao volante.

Mesmo sem números oficiais, o balanço do britânico foi positivo. “Estava um pouco ‘enferrujado’ no começo, mas muito satisfeito com a evolução ao fim do segundo dia”, repetiu. O comentário sintetiza um fim de semana em que a pilotagem reassumiu o centro do palco — e deu ao chefe da Williams na Fórmula 1 um reencontro com as exigências e recompensas de acelerar um GT3 no limite.

Com a temporada da F1 entrando em sua reta final, experiências assim costumam ficar em segundo plano. Ainda assim, Vowles mostrou que, quando surge a chance de guiar, a paixão fala alto. E, ao menos por dois dias na Espanha, a prioridade foi simples: menos planilhas, mais asfalto — e “cada segundo” curtido ao máximo.



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