F1: CEO da McLaren depõe em processo contra Palou e é acusado de destruir provas

Zak Brown, CEO da McLaren, depôs nos últimos dois dias no Tribunal Superior de Londres no processo que a equipe move contra o piloto espanhol Alex Palou, atualmente na IndyCar. A McLaren busca US$ 20,7 milhões em indenizações após a desistência do piloto de se juntar à equipe em 2022, apesar de um contrato firmado.

O atual campeão da categoria norte-americana havia assinado com a McLaren com a promessa de deixar a Chip Ganassi Racing e ter uma chance na Fórmula 1. A Ganassi contestou a mudança ao ativar uma cláusula de renovação, levando o caso à justiça. Um acordo confidencial foi firmado e Palou permaneceu na equipe, onde conquistou mais títulos.

A McLaren alega que a desistência de Palou causou prejuízos significativos, incluindo a devolução de um bônus de US$ 400 mil, perda de patrocínios e a necessidade de promover Pato O’Ward no programa de testes da F1.

Durante o depoimento, Brown foi questionado pelo advogado de Palou, Nick De Marco, sobre promessas feitas ao piloto em relação à Fórmula 1. De Marco acusou o americano de iludir Palou ao prometer uma vaga, enquanto já mantinha contratos com os atuais pilotos, Oscar Piastri e Lando Norris.

Alex Palou - McLaren
Foto: Divulgação / McLaren

Brown negou: “Nunca iludi Alex. Nunca disse a ele que ele seria considerado para 2023… havia alguma opcção para ingressar na F1”. Segundo ele, Palou era parte de um “Plano C”, que previa sua entrada caso Piastri não tivesse o desempenho esperado em sua primeira temporada.

Brown também afirmou que a presença de Palou foi decisiva para atrair patrocinadores. “A NTT entrou em negociações em primeiro lugar porque sabia que Alex viria para a McLaren, e o valor que estavam dispostos a pagar era baseado no Alex pilotando por nós”, disse.
“Se houvesse um piloto menos experiente, ou que não fosse tão bom, o valor teria sido menor ou o acordo poderia nem acontecer.”

“Deveríamos estar focados no desempenho na pista e na busca por novos patrocinadores, mas você não pode se concentrar nisso quando não sabe quem estará no seu carro”, afirmou. “Palou efetivamente rolou uma granada no quarto e a deixou explodir, deixando-me para lidar com as consequências com nossos patrocinadores.”

O depoimento de Brown foi alvo de críticas após a apresentação de mensagens que indicam possível destruição de provas. Uma mensagem do ex-gerente da equipe na IndyCar, Gavin Ward, orientava o uso do recurso de mensagens temporárias no WhatsApp “para se protegerem em processos judiciais”.

Outra mensagem, enviada pelo próprio Brown em agosto de 2023, pouco antes de Palou confirmar permanência na Chip Ganassi, pedia que destinatários apagassem conversas. Confrontado por De Marco, Brown afirmou que a prática seguia a política da empresa: “Estou em conformidade com a preservação de documentos associados a este caso”, respondeu.

O julgamento segue em Londres e deve ter mais depoimentos, incluindo o de Palou.



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