Flavio Briatore, consultor executivo da Alpine, esclareceu a decisão da Renault (proprietária da Alpine) em parar de produzir motores de Fórmula 1 em sua fábrica em Viry-Châtillon. A mudança faz parte de um plano estratégico para reduzir custos e melhorar o desempenho a longo prazo, optando por se tornar cliente de motores Mercedes a partir de 2026.
Briatore, que retornou à equipe em junho a pedido de Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, explicou que o alto custo e a falta de competitividade do motor Renault tornaram inviável sua continuidade. “Os franceses querem vencer. Não ganhamos com o nosso motor. É simples assim. Se queremos vencer, precisamos abandonar áreas onde não somos competitivos”, afirmou Briatore à Auto Motor und Sport. Ele destacou ainda que focar no desenvolvimento do carro será mais eficaz para o sucesso da equipe: “Isso é um problema a menos para nos preocuparmos no futuro. Vamos nos concentrar no carro.”
A decisão encerra um ciclo de mais de 50 anos de produção própria de motores na fábrica de Viry-Châtillon, que enfrentou resistência interna devido à tradição envolvida. No entanto, a performance abaixo da concorrência na era híbrida, desde 2014, e os elevados custos de desenvolvimento pesaram na decisão.
Briatore citou o exemplo da McLaren, campeã de construtores em 2024 com motores Mercedes, para reforçar que o fornecedor do motor tem menos impacto na identidade da equipe. “A McLaren se tornou campeã com um motor Mercedes. Quantas vezes você leu ou ouviu falar em McLaren-Mercedes como campeã mundial? Nunca. Haas é Haas, e não Haas-Ferrari”, acrescentou.
Com a mudança estratégica e os cortes implementados por Briatore, surgiram especulações sobre uma possível venda da equipe Alpine. O consultor rechaçou essa ideia e afirmou que a eficiência é o objetivo central. “Não entendo essas especulações. Desde que entrei na Renault, sempre fizeram essas perguntas. Quando fomos campeões em 2005 e 2006, também perguntaram se a Renault queria continuar na F1. Sempre tive o que precisava para o trabalho”, finalizou Briatore.
A Alpine espera que, com motores Mercedes e foco total no desenvolvimento do chassi, possa voltar a competir consistentemente no topo da Fórmula 1 nos próximos anos.