A penalização de Oscar Piastri no GP da Inglaterra, continua repercutindo no paddock da Fórmula 1. O australiano, que liderava a corrida no momento da segunda relargada, recebeu dez segundos de punição e dois pontos na sua superlicença por ‘frenagem errática’, atitude que surpreendeu até o então adversário direto na pista, Max Verstappen.
O lance ocorreu na volta 21, quando as luzes do safety car se apagaram na reta Hangar. Piastri, à frente do pelotão, acelerou e, em seguida, freou com força, o que causou uma reação em cadeia em meio à baixa visibilidade provocada pela chuva. Verstappen acabou ultrapassando o piloto da McLaren naquele momento.
Segundo o relatório dos comissários da FIA, o piloto aplicou uma pressão de 60 psi no pedal de freio, o dobro da utilizada por George Russell em um episódio semelhante no GP do Canadá, onde não houve penalidade.
Diante da falta de consistência nas decisões da FIA, Sam Bird, ex-piloto reserva da Mercedes e atual competidor da McLaren na Fórmula E, pediu uma definição clara sobre o que é aceitável em termos de frenagem em relargadas sob safety car.

“Acho que a FIA precisa ter cuidado agora, porque isso já aconteceu duas vezes nesta temporada”, afirmou Bird no podcast F1 Chequered Flag da BBC. “Eles precisam deixar algo mais claro, como: você não pode frear na reta. A frenagem é para as curvas, porque senão vira uma bagunça.”
Bird também levantou dúvidas sobre o critério técnico usado na punição: “Quantos psi vão permitir? 30? 40? 50? Eu não sei. Mas o principal é que Oscar estava em total controle do carro e numa linha reta”, disse ele.
Verstappen, que esteve envolvido indiretamente no ocorrido, também achou a punição exagerada. Ainda assim, questionou a ação de Piastri pelo rádio da equipe no momento da corrida, o que para Bird pode ter sido uma jogada tática.
“Max é tão bom que viu uma oportunidade ali e pensou: se eu fizer parecer que foi perigoso… Ele é muito rápido em processar essas situações. Ele sabia que não tinha o carro para vencer naquele fim de semana, mas se conseguisse gerar uma penalidade, como fez com George no Canadá, poderia virar o jogo”, acrescentou.
Bird ainda destacou a complexidade da prova em Silverstone, marcada por erros generalizados: “A maioria dos pilotos cometeu erros naquela corrida. Os únicos que não erraram foram Nico Hulkenberg, Oscar Piastri e Lando Norris”, completou.
