Oliver Bearman afirmou que os novos coletes de refrigeração desenvolvidos para a Fórmula 1 são revolucionários para o conforto dos pilotos, mas lamentou que ainda não possa utilizá-los em corridas oficiais devido ao peso extra do equipamento.
Esse sistema foi testado por Bearman durante os treinos do GP da Arábia Saudita em Jeddah, onde o calor intenso torna o ambiente interno dos carros especialmente desafiador. “Testei em Jeddah e achei muito bom. Estou satisfeito com o que conseguiram desenvolver”, disse o piloto da Haas.
A FIA vem buscando soluções para melhorar o bem-estar dos pilotos após episódios como o do GP do Catar de 2023, quando Lance Stroll chegou a desmaiar dentro do carro e Esteban Ocon vomitou no capacete. A partir de 2024, entradas de ar adicionais se tornaram obrigatórias, e o uso do colete térmico será opcional em 2025 caso a temperatura ambiente ultrapasse 31 °C. Em 2026, o sistema será integrado aos carros e de uso obrigatório.
Mesmo com esse avanço, Bearman explicou que não pode usar o colete nas corridas por causa da regra de peso mínimo dos carros, fixada em 798 kg. “Infelizmente, não podemos usar agora, porque não temos a margem de peso aprovada pela FIA. Algumas equipes conseguem usar, pois têm essa margem, mas se não declararem que está quente o suficiente, só metade do grid se beneficia, o que não parece justo”, disse ele.
Segundo o britânico, a tecnologia atual já apresenta grande eficiência. “Você sente o efeito, especialmente nas costas, que ficam pressionadas contra o banco. Ter água fria circulando, mesmo que funcione por 10, 15 ou 20 voltas, muda tudo. É um alívio enorme. Em Jeddah, por exemplo, pode estar 27 ou 28 graus, mas com 70% de umidade e todas aquelas camadas de roupa, o calor é extremo”, acrescentou.
Por fim, Bearman disse que o desempenho do carro ainda é prioridade, e por isso o sistema não é adotado. “O colete é pesado, e estamos tentando extrair o máximo de desempenho. Não estamos aliviando o carro só para usá-lo. Infelizmente, vamos ter que sofrer até que algo mude e possamos usar com mais liberdade”, finalizou o piloto da Haas.