A Mercedes chamou a atenção no teste de pós-temporada da Fórmula 1 em Abu Dhabi nessa terça-feira (09), ao colocar na pista um conceito inédito de asa dianteira, instalado no ‘carro-mula’ pilotado por Kimi Antonelli. A peça faz parte do programa autorizado pela FIA para simular o pacote aerodinâmico que entrará em vigor a partir de 2026.
Todas as equipes utilizam seus carros de 2025 adaptados para reproduzir níveis de downforce reduzidos, semelhantes ao que seria usado em Monza, além de novas alturas de rodagem. O objetivo é fornecer dados mais representativos para o desenvolvimento dos pneus Pirelli de 2026.
Para este teste, a FIA permitiu a aplicação de asas dianteiras experimentais, uma vez que o DRS deixará de existir em 2026. Em seu lugar, a Fórmula 1 passará a operar com aerodinâmica ativa, com asas dianteiras e traseiras ajustando-se em linha reta para reduzir o arrasto.
O protótipo da Mercedes, visível já na manhã do teste, adota um formato pensado para criar menos resistência ao ar nas retas, permitindo uma configuração de menor downforce. Trata-se apenas de um conceito, projetado para aproximar o comportamento do carro das exigências do novo regulamento e ampliar a compreensão da equipe, piloto e fabricante de pneus.
Assim como as outras equipes, a Mercedes também testou novas rodas planejadas para 2026. Além disso, o sistema frontal desenvolvido pela equipe, possibilita ultrapassar o limite de velocidade de aproximadamente 300 km/h imposto aos ‘carros-mula’.
Mario Isola, diretor da Pirelli, destacou a relevância do dispositivo utilizado pela Mercedes: “Falando sobre o modo de linha reta da asa dianteira, a FIA deu a oportunidade às equipes de desenvolver um sistema que replicasse isso na asa frontal. Nesse caso, obviamente, elas não precisam respeitar a restrição de velocidade”, disse ele.

“É útil para nós porque você pode comparar um carro rodando sem o sistema com outro que está rodando com ele. Quando fizemos o primeiro teste com a Ferrari usando o sistema, foi muito útil para entender e comparar esse teste com os demais, em termos de carga e resultados, para tornar os outros testes mais representativos”, completou.
O desenvolvimento segue como parte da preparação das equipes para a transição de regulamentos técnicos mais significativa da categoria, desde a introdução do DRS em 2011.
