F1: Fórmula 1 começa a virar a chave para 2026

Lançamentos de pinturas e testes de pré-temporada desenham os primeiros movimentos da nova era técnica da categoria

A Fórmula 1 começa a desenhar com mais clareza o caminho até a temporada 2026, que promete ser uma das maiores viradas técnicas da história recente da categoria. Antes mesmo de os carros irem à pista, o calendário de lançamentos das pinturas e os testes de pré-temporada já revelam como as equipes pretendem conduzir essa transição para a nova era de motores, aerodinâmica ativa e conceitos completamente reformulados.

Em janeiro, Red Bull e Racing Bulls abrem oficialmente a temporada de lançamentos no dia 15, em Detroit. A escolha do local não é casual: trata-se de um movimento estratégico em um ano que marca a consolidação da parceria da Red Bull com a Ford, justamente em um mercado-chave para a marca e para a Fórmula 1. Poucos dias depois, em 23 de janeiro, será a vez da Alpine apresentar sua pintura — já sob enorme atenção, por se tratar da primeira temporada da equipe francesa utilizando motores Mercedes a partir de 2026, um divisor de águas na sua história recente.

Em fevereiro, a Cadillac, que estreia oficialmente na Fórmula 1 em 2026, escolheu o maior palco possível fora das pistas para revelar sua identidade visual: o fim de semana do Super Bowl, no dia 8 de fevereiro. A decisão reforça o caráter global e comercial do projeto, mirando diretamente o público norte-americano e deixando claro que a entrada da marca vai além de um simples programa esportivo. No dia seguinte, 9 de fevereiro, será a vez da Aston Martin apresentar seu carro, já sob a expectativa de como a equipe vai se posicionar após a reestruturação técnica e organizacional iniciada nos últimos anos e com Adrian Newey como chefe de equipe.

A Audi também aparece nesse primeiro bloco de lançamentos, com apresentação prevista para janeiro, ainda sem data definida. O projeto da marca alemã é, talvez, o mais observado de todos, já que 2026 marca sua estreia oficial como equipe de fábrica, em um movimento que recoloca o grupo Volkswagen diretamente no centro da Fórmula 1 e terá Gabriel Bortoleto no cockpit. Ferrari, McLaren, Mercedes e Haas ainda não divulgaram datas, o que reforça a leitura de que algumas equipes preferem ganhar tempo, seja por questões técnicas, seja por estratégia de comunicação.

F1: Fórmula 1 começa a virar a chave para 2026
Foto: Divulgação / FIA

Mas se as pinturas dão o primeiro sabor da nova temporada, é na pista que a Fórmula 1 começa, de fato, a se revelar. Os testes de pré-temporada de 2026 foram desenhados para oferecer às equipes um período mais longo de adaptação — algo raro nos últimos anos. A primeira atividade acontece entre 26 e 30 de janeiro, em Barcelona, em um teste privado. A escolha do circuito catalão não surpreende: trata-se de uma pista extremamente completa do ponto de vista técnico, ideal para correlações aerodinâmicas, análise de sistemas híbridos e validação de dados iniciais dos novos carros.

Depois disso, o foco se desloca para o Bahrein, que receberá dois blocos oficiais de testes. O primeiro acontece entre 11 e 13 de fevereiro, seguido por um segundo teste entre os dias 18 e 20. Ao todo, serão 11 dias de testes que refletem a complexidade do regulamento de 2026, que exige não só compreensão do comportamento aerodinâmico, mas também um gerenciamento de energia completamente diferente, com maior dependência do sistema elétrico e novas formas de pilotagem ao longo das voltas.

No paddock, a leitura é clara: os testes de 2026 não serão apenas sobre performance pura, mas sobre sobrevivência técnica. As equipes precisarão validar conceitos, resolver problemas de confiabilidade e, sobretudo, entender como extrair ritmo de carros que vão exigir mais do piloto do que nunca, especialmente no gerenciamento de energia e no uso da aerodinâmica ativa.

Esse cronograma inicial também deixa evidente que a temporada de 2026 começa muito antes da primeira corrida. Cada lançamento, cada teste e cada quilômetro rodado em janeiro e fevereiro terão peso direto na hierarquia que vai se formar ao longo do ano. Em uma Fórmula 1 que muda quase tudo de uma vez, quem errar cedo pode pagar caro — e quem acertar, pode construir vantagem antes mesmo de Melbourne entrar no radar.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.