F1: Erro estratégico, punição e pódio perdido; o colapso de Verstappen na Espanha

Tetracampeão da Red Bull teve ritmo competitivo, mas foi traído por uma decisão de pneus e perdeu rendimento após relargada com Safety Car.

O Grande Prêmio da Espanha de 2025 foi um espelho do momento que vive Max Verstappen na temporada: competitivo, agressivo, mas cada vez mais exposto a erros — próprios ou da Red Bull. Em Barcelona, o tricampeão mundial teve uma corrida sólida por boa parte da prova, flertou com o pódio, mas viu tudo desmoronar nos momentos finais. Uma estratégia equivocada e uma atitude impensada o jogaram da quinta para a décima colocação no resultado final, além de acender o alerta sobre a consistência da equipe nas decisões de alto impacto.

Largando da terceira posição, Verstappen rapidamente tomou a dianteira de Lando Norris logo nos primeiros metros e se fixou em segundo lugar. A primeira metade da prova foi de controle, ritmo forte e decisões corretas. Ele chegou a perder a posição para Norris na volta 13, mas manteve-se competitivo, dentro da estratégia e no radar do pódio.

O cenário começou a mudar a partir da volta 33, quando o piloto da Red Bull relatou dificuldades de condução, dizendo pelo rádio: *“Não consigo pilotar o carro direito”*. Ainda assim, fez a segunda parada e conseguiu manter-se no jogo, inclusive reassumindo a terceira posição ao ultrapassar Charles Leclerc. O pódio parecia assegurado — até a entrada do Safety Car, causada por Kimi Antonelli.

Foi o momento de virada. A Red Bull optou por chamar Verstappen aos boxes e calçar pneus duros — os únicos novos ainda disponíveis para ele no fim de semana. A equipe tomou essa decisão baseada na durabilidade, mas ignorou um fator determinante: a temperatura elevada da pista, que exigia tração imediata na relargada. O pneu duro, frio, se revelou um erro.

Max Verstappen (NLD) Red Bull Racing RB21; Charles Leclerc (MON) Ferrari SF-25; and George Russell (GBR) Mercedes AMG F1 W16 battle for position
Foto: XPB Images

Na relargada, Verstappen não teve aderência suficiente, perdeu tração e viu Leclerc passar com facilidade. Ambos tocaram-se, o holandês se desconcentrou e entrou numa espiral negativa. Logo em seguida, em tentativa de defesa contra George Russell, outro toque com o piloto da Mercedes. Os comissários avaliaram que houve conduta deliberada de Verstappen — e aplicaram 10 segundos de punição.

A penalização o derrubou para a décima posição final. Um resultado que não traduz o potencial do carro nem a atuação majoritariamente eficaz do piloto ao longo da corrida. Foi uma performance marcada por 90% de acerto e 10% de ruína — suficientes para comprometer todo o trabalho do fim de semana.

Mais preocupante do que o resultado em si foi a forma como a Red Bull conduziu o episódio. O erro estratégico, aliado ao colapso emocional de Verstappen após a relargada, evidencia uma equipe sob pressão, cometendo falhas em momentos críticos. Em um campeonato de domínio da McLaren até agora, decisões como essa custam caro.

Antes da Espanha, Verstappen ocupava a terceira posição no Campeonato de Pilotos, com 136 pontos, atrás de Norris (158 pontos) e Piastri (161 pontos). Com o resultado em Barcelona, Verstappen somou um ponto e elevou seu total para 137. Enquanto isso, Piastri venceu a corrida e alcançou 186 pontos, ampliando sua liderança para 10 pontos sobre Norris, que agora possui 176 pontos.

Com a liderança cada vez mais nas mãos de Piastri, Verstappen sai de Barcelona não apenas com menos pontos, mas também com mais dúvidas. A pausa até Montreal servirá para a Red Bull reorganizar sua abordagem — e para Verstappen reencontrar o equilíbrio que fez dele, um dia, praticamente imbatível.

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