Como o GP do Azerbaijão pode ter decidido o futuro da Alpine na F1 2026

O GP do Azerbaijão de 2025 não trouxe apenas mais uma etapa complicada para a Alpine, mas pode ter sido determinante para definir a dupla de pilotos da equipe em 2026. A escuderia de Enstone atravessa um dos momentos mais difíceis dos últimos anos, ocupando a última posição no Mundial de Construtores com apenas 20 pontos — todos conquistados por Pierre Gasly.

Gasly, aliás, já tem contrato firmado para seguir em 2026, restando à Alpine apenas a definição do segundo assento. O nome mais cotado era o de Franco Colapinto, que chegou à equipe após ter seu contrato com a Williams comprado por Flavio Briatore, hoje conselheiro e homem forte do time. A aposta no argentino foi vista como um movimento ousado, mas a realidade na pista tem sido dura: até agora, Colapinto não marcou pontos e acumulou erros de principiante.

Em Baku, a situação ganhou contornos mais delicados. Durante a classificação, Gasly escapou na curva 4, acionando bandeira amarela. Poucos segundos depois, Colapinto acertou o muro exatamente no mesmo ponto. As câmeras flagraram Briatore nos boxes, aparentemente murmurando a palavra “finito” — um gesto interpretado como sinal de que a paciência com o argentino pode ter chegado ao limite.

Apesar do acidente, Colapinto mostrou lampejos de velocidade, andando em média mais rápido que Gasly no Azerbaijão e conquistando posições de destaque em algumas classificações recentes. Essa oscilação entre desempenho promissor e erros custosos é justamente o que pesa contra ele.

A alternativa mais forte atende pelo nome de Paul Aron. O estoniano, que quase foi campeão da Fórmula 2 em 2024 e já fez participações em treinos de sexta-feira tanto com a Alpine quanto com a Sauber, é visto dentro da equipe como uma opção mais consistente. Sua experiência em diferentes categorias, incluindo uma passagem pela Fórmula E, reforça a imagem de piloto versátil e maduro para assumir o desafio.

Briatore deixou claro que a disputa pela vaga está aberta e se restringe a dois nomes: Colapinto e Aron, reserva da equipe e piloto altamente cotado após campanhas sólidas na F2 e até na Fórmula E. Em entrevista, o italiano foi direto:

“É entre Franco e Paul. Paul é um cara muito bacana, muito rápido também. E eu preciso entender o que é melhor para a equipe, sabe?”

O ex-reserva Jack Doohan, que perdeu espaço ainda no início do ano, parece cada vez mais distante da briga, deixando a disputa restrita a Colapinto e Aron.

Briatore havia prometido uma definição apenas para novembro, mas o erro em Baku pode ter antecipado a decisão. Embora Colapinto ainda tenha algumas corridas para provar que merece seguir, a impressão é de que a Alpine já considera seriamente entregar o carro a Aron em 2026.

No fim das contas, a escolha reflete não apenas desempenho, mas também estratégia: arriscar mais uma temporada com um talento bruto que ainda erra demais, ou apostar em um jovem mais consistente para tentar recolocar a equipe nos trilhos. O episódio de Baku pode ter sido a pista de que o segundo caminho parece cada vez mais provável.



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