Bottas, Pérez e Drugovich: quem serão os escolhidos da Cadillac para a F1 2026?

Como as decisões da Alpine e da Cadillac vão definir o destino de três pilotos e movimentar o paddock

A estreia da Cadillac na Fórmula 1 em 2026 está cada vez mais próxima, e a formação da dupla de pilotos se tornou o assunto mais comentado nos bastidores do paddock. A equipe, que nasce da parceria entre a Andretti Global e a General Motors, está em fase final de negociações e, segundo fontes internacionais, já teria avançado significativamente com dois nomes: o finlandês Valtteri Bottas e o mexicano Sergio Pérez. Ainda assim, o brasileiro Felipe Drugovich segue como alternativa viável, especialmente se a escolha pender para uma combinação entre experiência e juventude.

Bottas: experiência para liderar um projeto novo?
Valtteri Bottas, vencedor de 10 corridas na Fórmula 1 e com mais de uma década de experiência no grid, desponta como peça-chave para liderar a nova estrutura. Rumores indicam que o acordo verbal entre o finlandês e a Cadillac já está selado, restando apenas a assinatura do contrato. A presença de Bottas não apenas garantiria conhecimento técnico e regularidade, como também funcionaria como referência interna para acelerar a curva de aprendizado da equipe em seu primeiro ano.

No entanto, há um ponto de atenção importante. Bottas foi chamado para liderar o projeto da Sauber ao lado de Zhou Guanyu, mas o resultado foi muito abaixo das expectativas: em 2024, o finlandês sequer pontuou na temporada, e a equipe permaneceu no fundo do grid. Isso levanta dúvidas sobre sua capacidade de engajar e conduzir um projeto de desenvolvimento a longo prazo — exatamente o cenário que a Cadillac enfrentará em seu ano de estreia, quando provavelmente largará como a equipe mais fraca do pelotão. Sua passagem pela Sauber também mostrou sinais de impaciência diante de resultados limitados, o que pode pesar negativamente na avaliação da Cadillac ao escolher um líder para um desafio tão complexo.

Lewis Hamilton e Valtteri Bottas - Mercedes - GP da Hungria F1 2021
Foto: XPB Images

Pérez: velocidade, mercado e pressão por resultados
Sergio Pérez, por sua vez, também figura como prioridade na lista da Cadillac. Vice-campeão mundial em 2023 e dono de um histórico na Red Bull, o mexicano atrai a atenção não apenas pelo feedback aprimorado, reconhecido inclusive por Christian Horner, mas também pelo potencial de mercado, especialmente nos Estados Unidos e na América Latina. Fontes ligadas à equipe afirmam que as conversas com Pérez evoluíram bem nas últimas semanas, o que fortalece a possibilidade de uma dupla 100% composta por pilotos experientes.

Apesar de sua última fase na Red Bull não ter resultado em números expressivos de vitórias ou pódios — com poucas conquistas comparadas ao domínio de seu companheiro de equipe —, Pérez se mostrou um profissional exemplar. Mesmo em posições intermediárias, manteve a disposição para lutar e aprimorar o próprio desempenho, vestindo a camisa da equipe até o último minuto, apesar de todo contexto adverso. Essa postura pode pesar positivamente a seu favor na avaliação da Cadillac, que busca pilotos comprometidos para um projeto de longo prazo.

Na visão deste colunista, com a provável indisponibilidade da vaga na Alpine — como será detalhado mais adiante —, Pérez surge como o favorito para assumir um dos assentos da Cadillac em 2026.

Bottas, Pérez e Drugovich: quem serão os escolhidos da Cadillac para a F1 2026?
Foto: XPB Images

Drugovich: perfil técnico que pode pesar na escolha da Cadillac
No entanto, a equipe ainda avalia um cenário alternativo, em que Felipe Drugovich entraria como segundo piloto ao lado de um experiente. Atual reserva da Aston Martin, o brasileiro tem credenciais sólidas: campeão da Fórmula 2 em 2022, boa adaptação em programas de testes e perfil técnico elogiado nos bastidores. A contratação de Drugovich poderia oferecer à Cadillac um equilíbrio estratégico entre a segurança da experiência e a energia da juventude, além de ampliar a conexão com o público brasileiro — tradicionalmente apaixonado pela F1.

Apesar de ser um “jovem talento” sem experiência em Grandes Prêmios completos, Drugovich acumula um volume significativo de quilometragem em testes com a Aston Martin, tendo inclusive participado recentemente de um TL1 no lugar de Fernando Alonso. Além disso, exerce papel central no desenvolvimento do carro da equipe britânica, sendo responsável por trabalhos no simulador e pela correlação de dados entre as simulações e a pista — uma função vital para a evolução do desempenho. Segundo a própria Aston Martin, esse trabalho é executado com excelência, o que coloca o brasileiro em uma condição rara: a de representar uma aposta de futuro, mas com uma bagagem técnica e operacional que foge ao perfil de um novato comum. Para a Cadillac, isso poderia significar a chegada de um piloto pronto para contribuir de forma imediata, mesmo diante de um cenário inicial desafiador.

Bottas, Pérez e Drugovich: quem serão os escolhidos da Cadillac para a F1 2026?
Foto: XPB Images

A vaga na Alpine e o efeito dominó
Se há algumas semanas a Alpine parecia ser uma peça fundamental nessa dança das cadeiras, os últimos acontecimentos começam a reduzir o espaço para movimentações. A equipe francesa conta atualmente com Pierre Gasly e Franco Colapinto. O argentino entrou inicialmente para disputar apenas algumas corridas, mas, mesmo com desempenho abaixo do esperado, permaneceu na equipe. Agora, rumores indicam que Colapinto pode manter o assento também para 2026.

Essa vaga da Alpine tinha um peso considerável no tabuleiro. A partir do próximo ano, a equipe terá motores Mercedes — e os bastidores indicam que a unidade de potência alemã pode ser a mais competitiva da nova era técnica. Somado a isso, a reformulação liderada por Flavio Briatore projeta a Alpine como um projeto mais sólido e atraente. Não por acaso, havia a expectativa de que Sergio Pérez poderia buscar essa vaga, o que, por tabela, abriria caminho para Felipe Drugovich assumir o assento na Cadillac.

Mas, com a tendência de manutenção da dupla Gasly-Colapinto, o cenário se estreita. Sem a Alpine como opção, a Cadillac passa a ser a última grande oportunidade para Pérez permanecer no grid em 2026. E vale lembrar: o mexicano conta com o forte respaldo de Carlos Slim, bilionário dono do grupo de comunicação da Claro, que já declarou que não medirá esforços para manter o piloto na Fórmula 1.



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