Italiano resistiu à pressão de Verstappen nas voltas finais em Interlagos e consolidou a Mercedes como força no duelo com a Ferrari
O público em Interlagos assistiu neste domingo (9) a uma das atuações mais sólidas da temporada — e ela veio de um novato. Kimi Antonelli, de apenas 18 anos, cruzou a linha de chegada em segundo lugar no Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, segurando Max Verstappen nas voltas finais e conquistando o melhor resultado de sua curta carreira na categoria. “Quando o Max parou de novo e vi que ele estava nove segundos atrás, pensei: ‘posso estar em apuros’. Mas consegui manter o ritmo e usar o ar sujo a meu favor”, disse o italiano, ainda aliviado após a bandeirada.
Antonelli resistiu à perseguição do tricampeão mundial mesmo com o carro danificado. Logo após a relargada, ainda na sexta volta, o jovem piloto da Mercedes se envolveu em um toque com Charles Leclerc na freada do S do Senna. “Acelerei um pouco no trecho molhado e perdi tração. Fiquei espremido entre dois carros, e quando percebi já havia batido. Fui sortudo de continuar. O volante ficou um pouco torto, mas o ritmo era bom”, explicou. O episódio encerrou a corrida do monegasco da Ferrari, mas não abalou o estreante, que se manteve constante e administrou o desgaste dos pneus até o fim.
O desempenho chamou atenção não apenas pela frieza, mas pela leitura técnica. Antonelli percebeu que, em Interlagos, o ar sujo poderia ser uma arma — e não um obstáculo. “É difícil seguir outro carro aqui, então tentei usar isso a meu favor. Quando ele (Verstappen) se aproximava, eu aumentava o ritmo nas curvas de alta para dificultar a aproximação. Funcionou”, relatou. A estratégia revelou maturidade: o italiano soube controlar o delta sem forçar além do necessário e sem degradar o pneu médio, o mais eficiente do fim de semana.

Junto com a quarta posição do seu companheiro de equipe, George Russell, o resultado deu uma folga ao time alemão na briga pelo segundo lugar no Mundial de Construtores com a Ferrari.
A corrida, marcada pelo domínio estratégico da McLaren e pela recuperação de Verstappen, consolidou Antonelli como um dos nomes mais promissores do grid. Desde a estreia, o italiano vem alternando lampejos de velocidade e erros típicos da juventude, mas em São Paulo mostrou uma combinação rara de agressividade e controle. “Tenho aprendido muito. Cada corrida é uma lição, e aqui consegui colocar tudo junto”, resumiu.
Verstappen, terceiro colocado, fez questão de elogiar o jovem rival. “Em um ano de estreia você vive altos e baixos, mas ele é rápido e aprende rápido. O fim de semana que ele teve aqui foi impressionante — e totalmente merecido”, afirmou o holandês.
Com o resultado, Antonelli somou pontos importantes para a Mercedes e ganhou confiança para a sequência do campeonato. Las Vegas, próxima etapa, é vista internamente como pista favorável à equipe, especialmente por causa do clima frio e das retas longas — um cenário que pode voltar a favorecer o carro prateado. “Estou muito feliz, mas quero mais. Agora é seguir trabalhando e tentar repetir isso nas próximas corridas”, disse o italiano.
O F1MANIA.NET acompanhou o GP de São Paulo de F1 in loco com os repórteres Gabriel Gavinelli, Leonardo Marson e Nathalia de Vivo.
