Fernando Alonso acredita que a Fórmula 1 se tornou uma categoria ‘mais fácil’ e menos ‘heroica’ ao longo de sua carreira. O espanhol, que estreou na F1 em 2001 e recentemente renovou seu contrato com a Aston Martin até 2026, vê uma grande diferença entre a F1 que conheceu e a atual.
Com a evolução tecnológica que tornou os carros bem mais desenvolvidos, Alonso sente que o respeito que recebia na Minardi, sua primeira equipe, já não existe da mesma forma.
“É mais fácil para os pilotos da atual geração pilotarem os carros de Fórmula 1“, disse o bicampeão ao jornal The Times. “Antigamente era mais heroico. É uma sensação estranha, não triste, mas me lembro que quando estreei e chegava a um evento, eu via esse respeito por mim, eu era um daqueles heróis que pilotavam esses carros super-rápidos.”
“Agora, quando um jovem piloto estreia aos 16 ou 17 anos, parece que é mais fácil para todos. Perdemos um pouco daquele aspecto heroico que tínhamos antes”, acrescentou.
O acesso cada vez maior a dados mudou a abordagem de equipes e pilotos, que agora dependem mais de informações do que de sensibilidade na pilotagem.
“Eu lembro que quando cheguei à Fórmula 1, vinte anos atrás, o engenheiro não conseguia me explicar nada sobre o carro”, disse Alonso. “Os pilotos deveriam saber como pilotar o carro.”
Para exemplificar o quanto a F1 evoluiu, o espanhol destacou a importância da tradicional caminhada pela pista na véspera da corrida, um ritual que vem sendo cada vez menos praticado por alguns pilotos.
“Não tínhamos simuladores, então em toda pista que eu ia, precisava aprendê-la no dia anterior caminhando. Agora, os pilotos estão muito bem preparados, eles têm 200, 300 voltas virtuais no circuito que vão correr, então conhecem perfeitamente cada desnível, cada curva, cada zebra. As equipes também estão bem mais sofisticadas e podem dizer ao piloto como frear naquela curva, como aquecer os pneus, como se preparar para a sessão de classificação e para a corrida”, finalizou o espanhol.